Chávez manifesta vontade de reiniciar relações com os EUA
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste sábado (4) que está disposto a “reiniciar” as relações com os Estados Unidos durante a Cúpula das Américas, que será realizada entre os dias 17 e 19 de abril em Trinidad e Tobago e terá a presença do p
Publicado 04/04/2009 19:20
“Estou disposto a apertar o botão de 'reset' (reinício). Sou o primeiro a desejar uma verdadeira mudança nas relações entre Venezuela e Estados Unidos”, disse Chávez, que está no Irã e concedeu uma entrevista por telefone à emissora estatal de televisão da Venezuela. “Que ambos os governos e presidentes coloquem as relações em um nível racional”, complementou.
O encontro de Trinidad e Tobago será o primeiro evento do qual Chávez e Obama participarão juntos. Até o momento, não foi confirmada nenhuma informação sobre uma eventual reunião entre os dois.
Hoje, durante a entrevista, o mandatário voltou a se referir ao “imperialismo” norte-americano, ao qual atribuiu a responsabilidade pela miséria na América Latina e pelos principais problemas do mundo.
Chávez explicou, contudo, que suas críticas não se referiam especificamente a Obama ou a seu governo, mas ao império que, segundo ele, “lançou bombas contra Hiroshima e Nagasaki e causou milhões de mortes com ataques e bombardeios em países de todo o mundo”.
O presidente alegou ainda que todas as suas críticas aos Estados Unidos são respondidas com “agressões gratuitas ao povo venezuelano”. “Esperamos que eles aprendam a ouvir nossas críticas, assim como nós também a escutar as deles, exercendo o respeito em um mundo que é diferente e diverso”.
Chávez informou também que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, irá à Venezuela em maio para assinar a criação de uma mineradora binacional e fortalecer as relações bilaterais.
Ao falar sobre a mineradora, o presidente adiantou que “a empresa processará seis [tipos de] minerais e algumas pedras preciosas, como ouro, cobre, fosfato, ferro, prata e diamantes”.
Chávez chegou ao Irã depois de participar, na terça-feira, da Segunda Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), em Doha, no Catar. Ontem, ele e Ahmadinejad anunciaram a criação de um banco de investimentos binacional. O venezuelano irá ainda ao Japão, onde deve firmar parcerias na área energética.
Fonte: Ansa