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Importação de máquinas pode desempregar 245 mil no país, diz Abimaq

A possibilidade de facilitar o financiamento de importação de máquinas usadas, por meio de um programa do Ministério do Desenvolvimento, coloca em xeque cerca de 245 mil empregos diretos e indiretos no país. A afirmação é da Abimaq (Associação Brasileira

Especialistas temem que a aprovação da medida possa sucatear o parque tecnológico nacional, com a vinda de equipamentos com tecnologia ultrapassada por preços menores. Com a concentração da indústria automobilística, o Grande ABC responde por 8% do mercado nacional de máquinas.“Se esta portaria entrar em vigor vai provocar uma inundação de máquinas e equipamentos de segunda mão no Brasil e o corte de cerca de 50 mil empregos diretos”, afirmou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.


 


Esta semana, representantes da Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo encontraram-se com o ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge para falar sobre a preocupação com portaria do governo que flexibiliza a importação de bens usados — máquinas, equipamentos, peças, materiais de transporte — com imposto reduzido.


 


A medida, segundo os sindicalistas, é inoportuna, tendo em vista o momento de crise financeira, que já afetou segmentos da economia, sobretudo o setor metalúrgico, e faria o país retroceder na modernização do seu parque industrial. O ministro do Desenvolvimento ouviu o contraponto sindical e pediu mais tempo para analisar a questão. Para Mário Bernardini, representante da Abimaq, a medida destoa da realidade do país.


 


Preços desleais


 


“Isso não é de interesse do Brasil. Afinal, se os outros países estão se desfazendo dessas máquinas é porque é uma tecnologia ultrapassada. Não vemos vantagem em desestimular o mercado nacional em troca de velharias”, destacou. Segundo a Abimaq, o setor de máquinas registrou prejuízos que chegam a 60% no primeiro trimestre do ano. “Tememos por demissões em consequência da queda na demanda”, afirmou Torres. Segundo ele, o setor é um dos principais empregadores do país, superando importantes segmentos, como a Anfavea (com 120 mil empregos).


 


O presidente da Abimaq, Thomas Lee, contraria as outras entidades e acredita que a medida pode ser interessante. “Mas para que dê certo é preciso que o país esteja preparado para fiscalizar a fim de que não haja importação com preços desleais que prejudiquem o mercado interno. Fato que não acontece atualmente. Estamos à disposição do governo para auxiliar no que for necessário”, destacou.


 


A informação é do Diário do Grande ABC