Estudantes marcham por educação de qualidade em Salvador
Educação pública de qualidade, mais professores nas escolas estaduais e o fim do vestibular foram algumas das bandeiras defendidas pelos estudantes de Salvador na manhã desta terça-feira (14/4). Portando faixas e entoando palavras de ordem, centenas deles
Publicado 14/04/2009 17:11 | Editado 04/03/2020 16:20
A caminhada é parte da Jornada Nacional de Luta, que vai levar milhares de estudantes para as ruas em todo o país. Na Bahia, manifestações semelhantes devem acontecer em outras cidades durante toda a semana. “É sempre muito importante que os jovens ocupem as ruas para defender seus direitos. Não vamos tolerar o corte de verba para a educação, a falta de bebedouros, de material didático ou de professores nas escolas”, afirmou Jéferson Conceição, presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB).
De cima de um trio elétrico, lideranças estudantis conclamavam a população a fazer parte da manifestação, lembrando que a educação é um direito garantido pela Constituição Federal. “A união de todos é a melhor forma de assegurar um ensino público de qualidade, desde o ensino fundamental até a universidade. Não somos os responsáveis por esta crise e não vamos aceitar qualquer forma de redução das verbas destinadas à educação”, disse Vladimir Meira, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Falta de professores
A pauta de reivindicação do movimento estudantil é bem extensa, inclui desde a luta por uma nova legislação da meia-entrada em eventos culturais até o fim da violência nas escolas. Passa ainda, pela defesa da qualidade do ensino nas instituições de ensino superior, pelo combate às altas mensalidades no ensino privado, pelo fim do vestibular, protesta contra o aumento do transporte público e denúncia o sucateamento das escolas públicas de ensino fundamental e médio.
Na Bahia, o movimento ganhou ainda uma reivindicação específica: a contratação de mais professores para as escolas estaduais. Dados da secretaria estadual de Educação mostram que há um déficit de 7.510 professores nos colégios de todo o estado. Em alguns faltam profissionais de matérias básicas como português, matemática, ciência e história. Nas ruas, os estudantes cobraram a realização imediata de concurso público para preencher estas vagas.
Esta é uma das bandeiras de luta prioritárias para os estudantes baianos, segundo Valmir Santos, presidente da Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas (ABES). Ele ressalta ainda que o centro da atuação do movimento estudantil é defender o acesso de todos a uma escola pública, gratuita e de qualidade. “Não podemos aceitar que a desculpa da crise financeira seja usada para justificar o aumento do transporte público e o corte de investimentos na área social. Os estudantes estão nas ruas para deixar isto bem claro”, reafirmou.
A marcha foi liderada pela Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas (ABES), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União dos Estudantes da Bahia (UEB).
De Salvador,
Eliane Costa