Protestos na Câmara e Assembleia Legislativa pelo aumento da energia no Ceará
Na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Fortaleza os parlamentares desaprovaram o reajuste e protestaram
Publicado 16/04/2009 08:58 | Editado 04/03/2020 16:35
Além de tentar driblar a crise, o consumidor amanheceu hoje com mais um desafio: reduzir o uso de energia, que no Ceará teve um aumento de 11,25%. Na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Fortaleza os parlamentares desaprovaram o reajuste e protestaram.
Com uma vela em punho a vereadora Eliana Gomes (PCdoB) fez pronunciamento, na tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza nesta quarta-feira (15/04), contra o aumento da Coelce e em defesa da população. “Em poucos dias nosso povo vai ter que usar vela em casa, porque não vai ter condição de pagar a iluminação pública, imagina a energia”, destacou a vereadora.
A vereadora relatou que vai se reunir com as comunidades, em parceria com o deputado estadual Lula Morais, e levar a discussão aos bairros e coletar assinaturas para impedir esse aumento, que ela considera “abusivo”. O deputado federal Chico Lopes entrou com um pedido de auditoria, no Tribunal de Contas da União, para avaliar a Coelce nos últimos cinco anos. Na Câmara, outras vozes foram contrárias ao percentual de reajuste: Marcus Texeira (PMDB), Marcelo Mendes (PRTB) e Carlos Mesquita (PMDB) que sugeriu uma Comissão Especial Suprapartidária para estudar a elaboração de uma proposta para rever também os valores da Taxa de Iluminação Pública.
O deputado Lula Morais (PCdoB) iniciou o assunto na AL e protestou: “A gente fica indignado e diante do que está colocado temos que ter uma ação coletiva. Esse aumento poderá trazer desemprego, como dizem economistas”.
O comunista fez ainda um apelo para que a Assembleia e os políticos do Estado possam se empenhar para evitar esse aumento, que passa a vigorar a partir do dia 22 de abril. “A Assembleia não pode ficar passiva diante dessa realidade”, destacou Lula Morais.
Tomás Figueiredo (PSDB) também criticou o aumento das tarifas de energia e lembrou que o Ceará ficou com índices mais elevados de reajuste do que outros estados do Nordeste. “Nessa época de crise, ao invés de reduzir e fazer contenção, aumenta-se com a voracidade de arrancar de nós, trabalhadores, o dinheiro para colocar nos cofres das grandes empresas”, protestou o tucano.
O tucano também cobrou do Governo do Estado a redução de impostos como forma de compensar o aumento, como o da energia e sugeriu que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – 27% do valor da tarifa – das contas de energia sejam reduzidos de forma a beneficiar o cidadão. “É preciso que o Governo parta para uma política agressiva de diminuição desses impostos”, defendeu.
No comando
No meio da discussão, Moésio ressaltou o papel do PT que deveria evitar reajustes desse tipo, já que a legenda está no comando do País. Lula Morais, todavia, desviou o assunto e declarou: “Não vamos tergiversar o assunto. Não interessa quem esteja à frente. Se um contrato foi assinado pode ser desassinado. Quem faz a lei somos nós, temos que encontrar uma forma de mexer nesse contrato”.
Fonte: Jornal O Estado