Sem categoria

Denúncia: golpe e corrupção no socorro a bancos americanos

Relatório de Neil Barofsky, inspetor-geral do programa de socorro ao sistema financeiro americano, tem 250 páginas e indica que já foram abertos cerca de 20 inquéritos para apurar irregularidades no uso de recursos públicos para resgatar bancos. Isso incl

O escritório do inspetor-geral conduz atualmente seis auditorias, incluindo uma sobre se os recentes pagamentos de bônus a funcionários da American International Group (AIG) estavam de acordo com as condições de ajuda do governo e se o Tesouro estava ciente de todos os aspectos do plano de indenização da companhia.


 


O relatório de Barofsky assinala que o Tesouro dos Estados Unidos comprometeu US$ 590,4 bilhões dos US$ 700 bilhões até 31 de março, o que significa que ainda restam US$ 109,6 bilhões para salvar o sistema financeiro. O Tesouro americano espera que durante o próximo ano as instituições financeiras devolvam cerca de US$ 25 bilhões da ajuda recebida, o que aumentaria os fundos disponíveis por parte do governo para US$ 134,6 bilhões.


 


O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, testemunhou nesta terça-feira (21) em painel do Congresso americano que supervisiona os esforços do governo para salvar bancos com problemas financeiros. Enquanto discursava, Geithner foi interrompido por manifesntantes, que protestavam contra a crise.


 


Ele respondeu a várias perguntas de congressistas sobre as parcerias público-privadas propostas pela Casa Branca para limpar os ativos tóxicos dos balanços dos bancos. O secretário do Tesouro insistiu que o modelo de investimento conjunto atinge um “equilíbrio desejado”, permitindo que os contribuintes dividam os riscos com o setor privado. Ele disse acreditar que, em parceria com investidores privados, será mais fácil determinar o quanto valem esses títulos podres. Já Barofsky afirmou que o plano do Departamento do Tesouro para comprar ativos tóxicos dos bancos é suscetível a fraudes e abusos.


 


“Se o governo comprasse sozinho estes ativos, assumiria a perda total e correria o risco de pagar muito (pelos ativos)”, afirmou Geithner. “Se simplesmente esperarmos que os bancos se livrem desses ativos, prolongaremos a crise econômica, o que acabaria por aumentar os custos para os contribuintes”, acrescentou.


 


Geithner afirmou também que a dificuldade de estabelecer um valor para os ativos podres dos bancos criou um obstáculo para as instituições emprestarem e contraírem empréstimos. Segundo ele, os ativos tóxicos — aqueles sem liquidez — estavam “congestionando” o sistema financeiro de crédito e dificultando os esforços para que o fluxo de crédito retorne ao normal.


 


Bancos têm mais capital do que precisam


 


Geithner disse também que a maioria dos 19 bancos que estão passando por testes de estresse tem mais capital do que necessita para ser considerada bem capitalizada. O Tesouro está atualmente conduzindo testes de estresse em 19 dos maiores bancos americanos para verificar a saúde financeira dessas intituições.


 


“Aqueles bancos que precisarem de mais recursos terão oportunidade de levantar esse capital de fontes privadas ou de solicitar ao Tesouro, sob a forma de ações preferenciais conversíveis”, disse Geithner. “As preocupações sobre as condições econômicas, combinadas com o impacto desestabilizador dos ativos podres, têm criado um ambiente em que a incerteza sobre a saúde de cada um dos bancos reduziu bruscamente o volume de empréstimos”, acrescentou.


 


A declaração de Geithner desmente a informação divulgada nesta segunda (20) pelo blog Turner Radio Network de que 16 dos 19 maiores bancos americanos não teriam passado nos testes de estresse do governo.