Crise expõe atraso do modelo exportador brasileiro
A participação dos produtos industrializados nas exportações brasileiras no primeiro trimestre recuaram 26%, na comparação com igual período de 2008. O setor automotivo, sozinho, teve queda de 51% nas vendas para o exterior. Os dados constam do “Radar
Publicado 23/04/2009 12:57
Embora reconheça que a queda verificada no Brasil foi similar ao que ocorreu no resto do mundo o economista Adhemar Mineiro, do Dieese, alerta para a vulnerabilidade da economia brasileira, dependente da estratégia das multinacionais. “As projeções globais para o comércio exterior são de queda entre 10% e 30% em 2009. Esse não é apenas o caso das produtoras de manufaturados, mas também dos grandes grupos que controlam o comércio de commodities agrícolas”, comentou, lembrando que, no passado, o governo tinha maior participação nas estratégias de comércio exterior.
“Empresas como Vale e Interbras foram privatizadas ou desativadas. Deveria haver formação de consórcios de empresas brasileiras para não ficarmos à mercê das multis. O Brasil é grande exportador de manufaturados para os Estados Unidos e América Latina. Já 80% das exportações para a Ásia são constituídas de produtos primários. Ou seja, uma estratégia para tornar o país menos vulnerável externamente deve contemplar essas duas realidades”, defende Mineiro. “Mais uma vez o Brasil está sendo forçado a se voltar para o mercado interno, não como estratégia definida, mas porque “deu zebra” na opção anterior”, arremata Jardel Leal, também economista do Dieese.
As informações são do Monitor Mercantil