Meirelles fala em menos spread e ajusta corte menor da Selic
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não descarta novas medidas para a redução dos spreads bancários — diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e o custo cobrado nos empréstimos ao consumidor. Ele considera que as
Publicado 23/04/2009 12:01
“Está havendo redução gradual e algumas medidas já foram tomadas, como o Fundo Garantidor de Crédito e o leilão de dólar sem direcionamento. Estamos aguardando o efeito disso. E, caso seja necessário, poderemos tomar novas medidas”, afirmou Meirelles ao receber do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília.
Segundo o presidente do BC, que no final de semana, em um fórum empresarial no litoral da Bahia, garantiu que providências serão tomadas na hora certa para enfrentar os eventuais problemas que surgirem, as medidas que já foram tomadas melhoraram a oferta de crédito pelos bancos pequenos e médios e por enquanto estão sendo suficientes. Isso não significa, no entanto, que novas medidas não sejam tomadas.
Na semana passada, Meirelles criticou os bancos por não reduzir os juros de obrigações como resposta aos cortes drásticos na taxa básica de juros, a Selic do BC. Ao ser questionado por uma declaração que havia dado ao jornal Folha de S.Paulo, de que é prematuro dizer se o Brasil pode conviver com a Selic em um dígito, tinha implicações para a política monetária no curto prazo, Meirelles foi curto e objetivo. Respondeu simplesmente “não”.
Análise tácita
Na segunda-feira, os contratos de juros futuros marcaram mais um pregão de alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), reforçando a tendência do mercado financeiro de impor ao Comitê de Política Monetária (Copom) do BC um corte menor do que o 1,5 ponto percentual na Selic que vinha sendo delineado. A pressão agora é por um corte de 1 ponto, ou até menos.
Esse ajuste de posições começou de forma tímida há algumas semanas, mas ganhou impulso com as recentes declarações de Meirelles, que usou a mídia como ferramenta de política monetária. Em repetidas entrevistas, o presidente do BC disse esperar uma melhora no ritmo da atividade econômica do país já no segundo trimestre. Com isso, fica afastada, em sua análise tácita, a necessidade de cortes drásticos da Selic.
Com informações do Jornal de Brasília