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Venezuela: Justiça emite ordem de prisão para oposicionista

A Justiça da Venezuela emitiu, nesta quarta-feira, uma ordem de prisão com abrangência internacional para o prefeito de Maracaibo, Manuel Rosales, que é acusado de corrupção e busca asilo político no Peru, onde está desde o último domingo.

Em nota, a juíza Reina Morandy Mijares, do Tribunal 19 de Controle, de Caracas, afirmou que a medida “é excepcional e necessária para garantir a presença do réu no processo ao qual responde”, já que ele pediu asilo ao Peru.

Como Rosales está fora do país, a Justiça da Venezuela notificou a polícia internacional (Interpol).

Na capital peruana, Lima, Rosales falou pela primeira vez desde que deixou a Venezuela. Em uma mensagem veiculada pela televisão, o prefeito, que é uma das principais figuras da oposição do país, voltou a dizer que é vítima de uma perseguição política promovida pelo presidente Hugo Chávez.

Rosales é acusado haver enriquecido ilicitamente durante o período em que governou o estado de Zulia, o mais rico e populoso do país, entre 2002 e 2004. Ele deixou a Venezuela porque não queria se apresentar à Justiça na segunda-feira.

Nas declarações dadas ontem, o político chamou Chávez de “ditador e covarde” e prometeu continuar criticando sua administração. Ele afirmou que, mesmo no Peru, seguirá organizando movimentos opositores, embora deva respeitar o status que o governo local lhe concederá. Segundo ele, Chávez teria a intenção de destruí-lo e humilhá-lo.

Ao tomar conhecimento de tais afirmações, o ministro das Relações Exteriores do Peru, José Antonio García Belaunde, disse que seu país não pode ser usado como “plataforma política” por nenhum estrangeiro.

“Como chanceler do Peru, quero dizer ao senhor Manuel Rosales que o Peru é um país hospitaleiro e tem uma velha tradição de apego ao direito internacional e suas instituições, entre as quais o asilo. Mas o Peru não pode ser usado como plataforma política por nenhum estrangeiro”, advertiu.

Belaunde afirmou que o governo de Lima espera dar uma resposta ao pedido de Rosales dentro de duas semanas.

Questionado sobre a possibilidade de que as relações com a Venezuela sejam afetadas caso o asilo seja concedido, o presidente do Congresso peruano, Javier Velázquez, disse que a diplomacia “está em um nível superior” à questão.

O relacionamento do presidente do Peru, Alan García, com Hugo Chávez foi marcado por uma tensa fase inicial, já que o venezuelano apoiou o candidato derrotado por García nas eleições de 2006, o nacionalista Ollanta Humala.

Fonte: Ansa