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Abgail Pereira: um 1º de Maio histórico para a CTB

Ao consagrar a data de 1º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores, a história resgatou o reconhecimento público à luta dos cinco mártires de Chicago, que tombaram com heroísmo defendendo a redução da jornada de trabalho e a dignidade dos ope

Pelos ideais de liberdade, justiça e igualdade social defendidos pelas lideranças do movimento, o seu exemplo seguiu e segue vivo, atravessando mais de um século. Em todo o mundo, sob as mais diversas condições políticas, nas democracias ou nos regimes arbitrários, esse dia é uma referência de luta dos trabalhadores e trabalhadoras e é também um momento especial de confraternização da classe entre si.


 


Nesse importante momento que estamos vivendo em nosso país, a CTB sente-se honrada em fazer parte dessa confraternização. Legalmente constituída, estruturada e atuante à frente dos grandes movimentos da atualidade, nossa central já se consolida como uma referência na defesa dos direitos presentes e futuros da classe trabalhadora e em busca de sua emancipação política e social. Legalidade, diga-se de passagem, conquistada duramente no bojo dos movimentos pela democracia e pela liberdade e autonomia do movimento sindical.


 


Esse orgulho pela consolidação da central deve ir para as ruas, para as comemorações do 1º de Maio, com as nossas bandeiras de luta, fundamentando-se na busca da maior unidade política e de ação possível com as outras centrais e com o conjunto do movimento sindical.


 


As mulheres trabalhadoras fizeram parte dessas conquistas e hoje estão cada vez mais presente nas mobilizações, que crescem em todo o país para impedir a precarização das relações de trabalho.


 


Nesse contexto, a participação das mulheres trabalhadoras nas atividades do Dia 1º de Maio deve se dar com visibilidade, tanto na propaganda como na ação prática, de forma a contribuir para o êxito das mobilizações do movimento sindical, deixando a marca de gênero por onde passarem: nossas cores, nossa logomarca, nossos ideais comuns e específicos, particularmente a defesa da igualdade e o combate a toda forma de opressão.


 


Em defesa do Emprego, dos Direitos Sociais e da Igualdade


 


Para nós, trabalhadoras, o 1º de Maio se reveste de grande importância, pelo enfrentamento dos efeitos da crise, combatendo as demissões e a flexibilização de direitos, mas também pela denúncia do caráter estrutural dessa crise de produção capitalista.


 


A luta em defesa do emprego, dos direitos sociais e do crescimento econômico com valorização do trabalho, alia-se às reivindicações específicas de gênero. Nesse contexto, às mulheres é fundamental a defesa da Ratificação da Convenção 158 da OIT, para reprimir a demissão imotivada, visto que são as trabalhadoras as que mais sofrem os efeitos do desemprego. Também é preciso continuar o combate à discriminação, destacando a importância da igualdade de salários e de oportunidades, bem como ampliar o alcance das medidas propositivas, como a licença maternidade de 180 dias para todas as trabalhadoras urbanas e rurais e as políticas públicas relacionadas à inserção feminina no mercado de trabalho, entre elas as escolas infantis (creches) e a escola de turno integral.


 


Mulheres pelo fim do Fator Previdenciário


 


Em igual medida de importância para as mulheres está a luta pelo fim do fator previdenciário, pois são as que mais perdem com esse espúrio dispositivo. Além de retardar o início da aposentadoria, o fator previdenciário é responsável pela redução de até 40% no cálculo dos valores do benefício, dada a expectativa de vida média das mulheres. Outra questão relevante, nesse momento de crise, é o fato inegável de que a extinção do fator representa a possibilidade imediata de aposentadoria para milhares de trabalhadores, minimizando a questão do desemprego. Por isso, a CTB é contrária a qualquer proposta de reforma que mantenha o fator previdenciário.


 


Os desdobramentos da crise econômica demonstram que o capital, mais uma vez, repassa para os trabalhadores o pagamento da conta: desemprego, flexibilização de salários e corte de benefícios, são os únicos remédios que os patrões receitam.


 


A história da classe trabalhadora, onde o 1º de Maio é uma das grandes referências, demonstra a importância da resistência organizada daqueles que produzem as riquezas para mudar esse conceito de exploração e opressão.


 


A Secretaria da Mulher da CTB conclama aos trabalhadores e trabalhadoras à mobilização com ampla unidade do movimento sindical e popular, para enfrentar a crise e exigir medidas que garantam o emprego e os direitos sociais, bem como para avançar na luta pelo fim da exploração capitalista.


 


Viva o 1º de Maio e a memória das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras! Saudações Classistas!


 


* Abgail Pereira é secretária da Mulher da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)