Edmilson se reúne com trabalhadores do Estaleiro Eisa

Mais de 500 metalúrgicos do Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, que, junto com o Estaleiro Mauá, formam o Grupo Sinergy, interromperam seu horário de almoço, no dia 27, para ouvir o deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), metalúrgico de profissã

“Não podemos esquecer que a construção de um navio-petroleiro de médio porte representa a manutenção de 1.100 a 1.500 empregos e que cerca de quatro mil profissionais se envolvem na construção de uma plataforma de petróleo”, declarou o deputado.
    

“Luto para que hajam empresas fortes, porque se não tiver empresa não tem emprego. Temos centrado esforços para enfrentar a crise econômica – que saiu dos EUA e contaminou a Europa, a América do Sul e outros continentes – em busca de soluções que evitem uma onda de demissões. Neste momento, a indústria naval fluminense tem dois estaleiros parados: o Caneco e o Sermetal (ex-Ishibrás), ambos no Caju, onde os trabalhadores estão há quatro meses sem receber salários e os guindastes deste último, quebrados e vergados, fazem triste vista para quem passa pela Ponte Rio-Niterói”, sinalizou Edmilson, mostrando preocupação.

    
Outro fator desnorteante salientado pelo parlamentar aos metalúrgicos do Estaleiro Eisa foi o fato de a Transpetro ter transferido as obras de quatro navios-petroleiros para a Bahia, Espírito Santo e Pernambuco, além de suspender a construção da plataforma P-62 e cancelar a da P-63 para abrir concorrência internacional:
    

“Reverter esse estado de coisas é possível. O pacote de obras navais anunciado pela transportadora da Petrobrás contém mais 12 navios ainda não contratados. Portanto, não podemos desperdiçar as boas relações do presidente Lula com o governo do Estado do Rio. Há que fazer um movimento com as entidades sindicais para que sejam viabilizados incentivos e os industriais do setor tenham maior criatividade para evitar males piores, porque não adianta haver obras em quantidade atualmente na maioria dos estaleiros se não houver outras previstas e acertadas para manter os trabalhadores em atividade. Quem trabalha no dia-a-dia do setor sabe disso”, disse Edmilson aos trabalhadores.
    

Autor da lei Valentim, que alavancou a indústria naval brasileira rumo à competitividade mundial, e presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados e da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval, Edmilson Valentim se reuniu também com a diretoria e a comissão de fábrica do Eisa, estaleiro surgido no Governo JK com o nome de Emaq, na década de 50, e que, nos anos seguintes, enfrentou diversas crises até superá-las mais recentemente.
    

Referência de mais de 40 anos no setor, o presidente da empresa, Manoel Ribeiro Gonçalves, mostrou ao deputado o projeto de construção de uma nova unidade de construção do Eisa, a ser montada no Complexo Logístico e Industrial de Barra do Furado, numa área de mais de dois milhões de metros quadrados, em Campos, no Norte fluminense. O presidente do Estaleiro Eisa listou ganhos recentes, mas também lamentou a perda das obras dos navios da Transpetro para estaleiros de outros estados.



O parlamentar do PCdoB visitou o Estaleiro Eisa para dar continuidade ao acompanhamento que vem traçando para ter um panorama da real situação do setor naval e off-shore no Rio de Janeiro, indústria que só encontra paralelo com a construção civil em quantidade de contratações de empregados. Recentemente, Edmilson esteve na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, e nos Estaleiros Mauá, na Ponta d’Areia, e BrasFels, em Angra dos Reis, onde detectou desassossego e apreensão entre trabalhadores e dirigentes, além de um encolhimento no setor fluminense, líder da construção naval no país.