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Vitória da direita muda orientação política no Panamá

A eleição do empresário Ricardo Martinelli, como presidente do Panamá, coloca o país diante de uma mudança na orientação política. Apoiado em uma aliança integrada pelos partidos Mudança Democrática, Panamenhista, União Patriótica e Movimen

O dirigente conservador, que deve assumir em 1º de julho, para um mandato de cinco anos, pediu inclusive que adversários um esforço de união para o combate à pobreza e à insegurança. ''Somos todos panamenhos e temos de mudar esse país para que a população tenha uma boa saúde, boa educação, bom transporte e boa segurança'', afirmou.

Martinelli manifestou recentemente à imprensa estrangeira que via a si mesmo como um panamenho preocupado pelos problemas do país. Na campanha, ele defendeu a saída do país do Parlamento Centro-Americano (Parlacen), que, segundo o presidente eleito, é um ''ente inoperante'' e ''custoso''.

Ele também incuiu entre suas prioridades de política exterior a ratificação do Tratado de Livre Comércio (TLC) com Estados Unidos. O presidente eleito defende ainda o investimento em infraestrutura, com um projeto de destaque: a construção de um metrô com custo de US$ 1 bilhão para acabar com o deficitário transporte público da capital.

Dentro de seu plano econômico, destaca-se uma reforma tributária para eliminar de exonerações os bancos e suprimir uma série de subsídios, assim como realizar investimentos públicos no valor de US$ 6 bilhões para os anos 2009-2014. Entre os seus maiores desafios estão impedir que os efeitos da crise continuem a minar o crescimento econômico vivenciado nos últimos dez anos e finalizar o projeto de ampliação do Canal de Panamá, previsto para terminar em 2014.

A festa do partido Mudança Democrática contrasta com a resignação do Partido Revolucionário Democrático de Balbina Herrera, que registava 36 por cento dos votos. Derrotada, a candidata governista Balbina Herrera, do Partido Revolucionário Democrático, prometeu uma oposição responsável, ''mas muito enérgica, porque deixamos um país com crescimento econômico, a casa em ordem e com a ampliação do canal (do Panamá) em marcha''.

A formação de esquerda deverá perder também a maioria na Assembleia Nacional e a autarquia da capital. A coalizão de quatro partidos de Martinelli dominava as eleições de deputados para a Assembleia Nacional. Estava com 37 deputados, frente aos 23 da aliança governista.

Os restantes 71 cargos de congressistas em disputa deveriam ir para outros partidos. Foi a quarta eleição geral desde a queda do regime de Manuel Noriega, em 1989. Martinelli, de 57 anos, havia sido derrotado em 2004.

Os analistas avaliam que esta mudança do eleitorado tem a ver com os receios da crise económico-financeira mundial. O Panamá conheceu nos últimos anos um crescimento económico que ronda os 10 %, mas estima-se que, em 2009, esse progresso poderá ir para os 3 %. Os números, em parte, podem ser explicados pela crise do crédito e as dificuldades sentidas no transporte marítimo.

Transição

O presidente panamenho, Martín Torrijos, concordou em se reunir amanhã com o presidente eleito, Ricardo Martinelli, para falar sobre a transição de governo.
Após uma conversa, Torrijos e Martinelli teriam concordado sobre a necessidade de realizar uma reunião para garantir que a mudança de governo ocorra da melhor maneira possível.

''Torrijos quer deixar a casa em ordem e finalizar seu mandato da melhor maneira'', disse Martinelli após o diálogo com o mandatário. O presidente eleito informou que será acompanhado pelo seu vice, Juan Carlos Varela, no encontro de amanhã com Torrijos.

Com agências