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Chineses criticam dalai-lama em conversa com Aldo Rebelo

A China está combinando a experiência avançada do seu país com a realidade de seu povo, anunciou Zhang Qingli, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na Região Autônoma do Tibete, em visita ao Brasil. Ele chefiou a delegação chinesa que foi

Os membros do PCC – a comitiva foi formada sete autoridades chinesas – acreditam que os países ocidentais estimulam o dalai-lama a se rebelar contra o governo central para evitar que a China cresça ainda mais. “Já estamos acostumados às calúnias e difamação do dalai-lama”, afirmou. Essas críticas, o secretário do PCC chama de “tolices”, acrescentando que “ele, dalai-lama, não visita o país há 60 anos, não sabe do que está falando”, esclarece.



Qingli acusa o dalai-lama de ter mantido o povo tibetano sob um regime teocrático que os colocava em condição de servidão comparada à da Europa medieval. Para Qingli, o Prêmio Nobel da Paz entregue ao monge é imerecido, porque ele é “separatista”. Ele lembra ainda que quando fugiu do Tibete, o dalai-lama levou riquezas da região como ouro e prata.



As críticas ao dalai-lama se estendem às condições de vida em que viviam a população da região antes de ser libertada pela China. Qingli diz que antes de 1959, quando a China libertou o Tibete, apenas 5% da população era livre. “Escravo era tratado como instrumento falante”, afirma, destacando que a taxa de analfabetismo era de 95%.



Também presente na comitiva estava Gaisang Cering, secretário do PCC no município de Shigatse no Tibete, que falou sobre os avanços ocorridos na região até hoje. Ele afirma que atualmente, além da educação, o governo chinês oferece transporte e alimentação por nove anos para 98% das crianças que estão matriculadas nas escolas públicas, que ensinam mandarim, tibetano e inglês.



Ele diz ainda que transporte, rodovias, moradia e assistência médica gratuita, que antes não existiam, agora são oferecidas ao povo tibetano.



De Brasília
Márcia Xavier