Comitiva questiona tarifa da Coelce
Reunião em Brasília visa diminuir os custos da indústria cearense com energia elétrica, que foi reajustada em 12,11%
Publicado 13/05/2009 09:10 | Editado 04/03/2020 16:35
Representantes da indústria do Ceará vão se reunir com a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), amanhã. Na pauta do encontro, está o questionamento sobre a forma como a Coelce (Companhia Energética do Ceará) calcula suas tarifas de reajuste.
A missão empresarial cearense é liderada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Roberto Macêdo, e conta com a participação dos presidentes do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Roberto Sérgio Ferreira, e do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sindtêxtil), Ivan Bezerra Filho e do diretor do Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi), Jurandir Picanço. Segundo Roberto Sérgio Ferreira, há um mês aconteceu uma reunião com uma diretora da Aneel em Fortaleza, que se comprometeu a convocar os empresários cearenses.
“Recebemos a convocação ontem [segunda-feira] e vamos defender nosso interesse que é reduzir o custo de energia para a indústria”, explicou Ferreira. “Não temos uma proposta para apresentar à Aneel, mas um questionamento sobre a filosofia do cálculo da energia, feito pela Coelce, que é baseado em uma geração térmica que está em stand by há dois anos, e por conta disso temos a energia mais cara do Nordeste”.
De acordo com o presidente do Sinduscon, não houve solicitação da geração térmica, mas, ressaltou ele, houve muita chuva no ano passado.
Reajuste foi de 11,25%
Em abril último, a Aneel autorizou aumento médio de 11,25% nas tarifas de energia cobradas pela Coelce. Ao todo, cerca de 2,7 milhões de clientes são atingidos. Para residências, pequenos comércios e propriedades rurais, o acréscimo é de 10,89%; para o comércio e a indústria, 12,11%.
O último reajuste da energia elétrica no Ceará ganhou oposição de várias entidades. Uma delas foi da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará (OAB-CE), que prepara recurso de apelação, a ser apresentado ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, ainda esta semana.
A OAB-CE entrou com ação na Justiça Federal no Ceará, pedindo que a Aneel e a Coelce suspendessem o aumento médio de 11,25% e aplicassem um reajuste limitado a 6,06%, mas foi indeferida.
A Defensoria Pública do Estado também estuda a legalidade do reajuste para também entrar com ação na Justiça.