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Governistas chamam CPI da Petrobras de palanque eleitoral

Com alguns partidos de oposição apresentando nomes no Senado para compor a CPI da Petrobras, diversos parlamentares governistas nesta terça (19) taxaram a iniciativa de eleitoreira. “Para nós, a CPI não tem o caráter de fiscalização. Está claro que ela

A senadora diz que o governo está tranquilo com relação a movimentação em torno da CPI e não descartou sua participação no colegiado por indicação do PT. Para ela, não há possibilidade de que seja realizada uma CPI mista, ou seja, com a participação de deputados.


 


A deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) lembrou que o PCdoB sempre defendeu a investigação “de toda e qualquer denúncia de irregularidades, independente do órgão ou governo”, mas colocou em dúvidas sobre a eficácia e pertinência da CPI.


 


“Ressalto minha preocupação com a utilização de um instrumento legislativo legítimo, para instrumentalizá-lo para a luta política. Uma luta não contra o governo ou os partidos da base, mas uma luta contra a maior empresa brasileira e contra o desenvolvimento”, afirmou.


 


Disse que os mesmos setores que hoje buscam investigar a Petrobras, “são os que promoveram um amplo processo de privatização, que fragilizou o país em áreas sensíveis.”


 


Para a deputada federal Fátima Bezerra (PT-RN), por um ato de insensatez do PSDB a Petrobras está na berlinda. “É bom lembrar que, na gestão do PSDB à frente do governo federal, o país foi responsável pela quebra do monopólio do petróleo e pela venda de 36% das ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque por menos de 10% do seu valor real”, criticou.


 


Segundo ela, é bom que seja alertado à população o que os profissionais da empresa já vêm dizendo, isto é, está em curso uma nova campanha de desmoralização da empresa.


 


Gestão neoliberal na Petrobras


 


Em artigo, o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP) fez um paralelo entre o atual e o governo passado na gestão da Petrobras. A administração tucana, na opinião dele, ficou marcada por três fatos: “a fúria anti-sindical que tentou aniquilar os trabalhadores na greve de 1995; o naufrágio da plataforma P-36, no qual onze trabalhadores morreram, em 2001; e a tentativa marota de mudar o nome de Petrobras para Petrobrax, em 2000”.


 


O deputado também ressaltou que até abril deste ano o valor de mercado da Petrobras foi calculado em R$ 300 bilhões. Quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou o governo o valor era de R$ 54 bilhões.


 


Berzoini fez referência a uma entrevista à revista Exame, em 2006, do grão-tucano Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e ex-presidente do BNDES, quando defendeu a privatização da Petrobras.


 


“Mendonça admite sinceramente o que Serra, Aécio e FHC tem vergonha de assumir: o PSDB é o partido da entrega do patrimônio público e o DEM é apenas o coadjuvante. A CPI da Petrobras é apenas mais um lance da trajetória desse pessoal, que tem um pé na política e outro no mercado financeiro.”


 


De Brasília,


Iram Alfaia