Oposição aponta seus líderes para compor a CPI da Petrobras
O dia em Brasília nesta terça-feira (19) foi de reuniões para discutir a composição da CPI da Petrobras. No final do dia, o PSDB e o DEM anunciou os nomes dos membros da comissão, todos ligados às cúpulas partidárias. O PTB apontou o nome do ex-preside
Publicado 19/05/2009 19:23
O DEM indicou os senadores ACM Júnior (BA), Heráclito Fortes (PI) e Demóstenes Torres (GO), enquanto os tucanos serão representados pelo autor do requerimento da CPI, Álvaro Dias (PR); o presidente do Partido, Sérgio Guerra (PE) e Tasso Jereissati (CE).
Os líderes tem prazo de cinco sessões ordinárias para o encaminhamento dos nomes dos membros da comissão. Somente após esse procedimento, a CPI poderá ser instalada. O governo contará com oito dos 11 assentos titulares na comissão de inquérito, que contará, ainda, com sete vagas de suplentes. Das cadeiras disponíveis são três para o bloco PMDB-PP, três para o bloco PT-PSB-PR, três a serem distribuídas entre DEM e PSDB, uma para o PTB e outra para o PDT.
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reuniu os líderes da base aliada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília – onde está funcionando o governo federal durante a reforma do Planalto, enquanto as bancadas do DEM e do PSDB tiveram encontros no Senado.
O governo deseja escalar seus melhores quadros para acompanharem o inquérito parlamentar. As especulações se voltam para os nomes dos peemedebistas Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL).
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) disse que seu partido não é o fiel da balança da CPI. “Nossa posição é clara. Nós somos governistas “, afirmou. Ele negou que o partido não tenha se empenhado para evitar a CPI. Segundo ele, a questão da perda de cargos na Infraero não é uma questão do partido, mas sim do senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Relator e presidente
O próximo embate se dará em torno da escolha do presidente e do relator da comissão. O governo deverá invocar a maioria partidária para requisitar ambos os cargos, mas como o requerimento da investigação partiu do PSDB, os tucanos não vão querer abrir mão de uma vaga na direção dos trabalhos.
Os governistas, nos encontros de hoje no CCBB, definiram como discurso para justificar o controle da relatoria e da presidência da CPI pela base o rodízio de partidos no comando das CPIs instaladas. E agora seria a vez dos partidos da base governista.
Assuntos investigados
No desenvolvimento dos trabalho na CPI, os governistas vão insistir na acusação de que a oposição quer abrir caminho para privatizar a empresa e favorecer interesses privados, especialmente estrangeiros, na exploração da camada do pré-sal. O alvo principal é o PSDB, que é identificado, na luta política, com os interesses contrários à empresa e ao País.
O intuito é transformar a CPI num foro de discussão sobre a privatização ou não das reservas recém descobertas – “a principal descoberta na área de petróleo dos últimos 30 anos”, destaca o senador Mercadante.
A oposição alega que existem indícios de fraude nas licitações de plataformas de exploração de petróleo, apontados pela Operação Águas Profundas da Polícia Federal, superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Operação Castelo de Areia da PF, e a manipulação de dados contábeis para sonegar bilhões de reais em impostos.
Nesse contexto, os temores manifestados pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que a instalação da comissão afete a reputação da empresa não são infundados. A máxima que predomina no Congresso é de que, se é possível saber como começa, é impossível antecipar como pode terminar uma CPI.
De Brasília
Com agências