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Israel apoia egípcio para Unesco e desmonta críticas da oposição

O governo de Israel apoia a candidatura do egípcio Farouk Hosni à diretoria-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O primeiro ministro israelense, Benjamim Netanyahu, retirou o veto ao nome de Hosni, apó

A resistência inicial à candidatura egípcia se deveu a denúncias publicadas pela imprensa internacional de que Farouk Hosni seria um anti-semita – inimigo dos judeus. O apoio de Israel, o único Estado judeu em todo o mundo, contraria as acusações de anti-semitismo e pode assegurar a vitória do egípcio nas eleições da Unesco, previstas para setembro.



O apoio judeu ao nome de Farouk Hosni joga por terra os argumentos da oposição, que criticou a decisão da diplomacia brasileira de apoiar Farouk Hosni. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse neste mês que Hosni era considerado um inimigo do povo judeu. O professor Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso, chegou a classificar o candidato egípcio como “obscuro e discutível”.



Atual ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni é um intelectual moderado que se opõe aos extremistas do mundo islâmico e do mundo hebraico. Ele defende a convivência pacífica entre Israel, os palestinos e as nações árabes. Farouk Hosni participa do “Encontro das Civilizações”, promovido pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, para aproximar a Europa das nações muçulmanas.



O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirma que o apoio brasileiro a Farouk Hosni é uma decisão coerente. “É uma decisão política, de Estado, em função de uma política de aproximação com o mundo árabe. O grupo árabe nunca teve (candidato), diferentemente do grupo das Américas, do grupo da Europa, até do grupo da África”, afirmou Amorim.



Segundo o ministro, o Brasil não apresentou candidato à direção da Unesco por entender que “seria a vez de ter um candidato árabe”. “O Brasil tem uma política de aproximação com o mundo árabe muito forte”, disse o ministro.



A expectativa é de que a eleição de Farouk Hosni renda dividendos políticos ao Brasil, como o apoio dos países árabes e africanos à candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “A retirada do veto de Israel significa que as acusações de anti-semitismo eram infundadas. Isso reforça a opção táctica da diplomacia brasileira de fortalecer os vínculos com as ações do mundo árabe, o que pode favorecer a posição do Brasil em articulações futuras”, avalia o deputado Maurício Rands (PT-PE).


 
Fonte: Liderança PT/Câmara (www.informes.org.br)