Manuela defende lista fechada em nome da renovação política

Em pronunciamento feito na semana passada na tribuna da Câmara dos Deputados, a deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) fez uma enfática defesa da reforma política. Para a deputada gaúcha, a adoção da lista fechada é uma das formas de se garantir a

Veja abaixo o trecho do pronunciamento de Manuela D´Ávila em que a deputada defende a lista fechada:



“Ouvi alguns Deputados se manifestarem contrariamente à lista fechada, política que traria profundos prejuízos ao Parlamento brasileiro.


    
O principal argumento dos que são contra a lista fechada é o fato de deixarmos de ter a suposta renovação do Congresso Nacional. Acho que devemos fazer o debate sobre listas fechadas e reforma política sem hipocrisia. Respeito as diversas opiniões que temos na Câmara dos Deputados, mas temos de chegar a algumas conclusões, para debatermos as mudanças que queremos construir.


    


A primeira é que de fato não há renovação real na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Não temos renovação substancial neste Parlamento porque não temos a renovação da juventude, das mulheres, dos negros, das minorias sociais.


    


Eu desconheço outro parlamento que tenha tantos líderes e caciques políticos quanto o brasileiro, para dizermos que são as listas que construirão o caciquismo. Ora, como as listas construirão o caciquismo político, se ele jáestá posto no Parlamento e na política brasileira?


    


Quem discute os espaços de televisão pagos com dinheiro público, diga-se de passagem, nas campanhas eleitorais? Os militantes? Os movimentos sociais? Os movimentos populares? As pequenas cidades? Não são! São os grandes dirigentes partidários, que alguns preferem chamar de cacique.


    


Portanto, quero, como jovem Parlamentar que ainda sou — a juventude é uma condição transitória, mas acho que represento um pouco a renovação no Partido Comunista do Brasil — reafirmar nosso compromisso com a lista fechada e o financiamento público de campanha.


    


A combinação desses 2 aspectos pode trazer um verdadeiro choque de renovação para os partidos políticos, porque teremos de fazer a disputa dos partidos políticos. É fácil nos acomodarmos com uma situação de partidos fechados, com caciques, e fazer a disputa apenas dentro do Parlamento.


    


Ora, mas na hora de encaminhar os projetos, quem faz a orientação de quem vota? Os Líderes partidários. Se é legal e fiel — porque já temos fidelidade — , a quê e a quem?


    


Nós já temos um sistema estratificado. Podemos renovar apenas se inovarmos nosso sistema político.


    


Essa inovação passa, tenho a particular convicção, respeitando seu posicionamento, pelo financiamento público de campanha e pelas listas partidárias. Assim, teremos a chance de ver mais mulheres, homens negros e jovens dentro do Congresso Nacional.”