Mulheres ganham procuradoria e centro integrado
Em discurso na tarde desta quarta-feir (3), no plenário da Câmara, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) saudou duas novas iniciativas para o combate à violência contra a mulher: a criação do primeiro Centro Integrado de Atendimento à Mulher Vít
Publicado 03/06/2009 17:54 | Editado 04/03/2020 16:51
A procuradoria terá à frente a deputada Nilmar Ruiz. Já o Centro Integrado funcionará na área central de Belo Horizonte e será uma unidade que agrupará duas Varas Judiciais, e representações do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Delegacia de Mulheres, um posto do Instituto Médico Legal além de uma equipe de apoio sociopsicológica para acompanhamento das vítimas de seus familiares.
Em seu discurso, Jô Moraes destacou que só no ano passado a Secretaria de Estado da Defesa Social registrou 25 mil 692 ocorrências de violência contra a mulher em Belo Horizonte. Um quadro que acredita ser muito pior, pois muitas mulheres fragilizadas sequer têm coragem de registrar queixa.
Leia, abaixo. a íntegra do pronunciamento:
“Senhor presidente, senhoras deputadas, senhores deputados,
Quero saudar aqui duas novas iniciativas para combater a violência contra a mulher. Além de instrumentos eficazes de cidadania, tais iniciativas dão visibilidade a esta verdadeira sanha contra mulheres praticadas diariamente em milhares, talvez milhões, de lares país afora. A Procuradoria Especial da Mulher que hoje esta Casa instala é também mais um importante meio que teremos para fiscalizar as políticas públicas e permitir uma sintonia fina no nosso trabalho em relação a assuntos também afetos às questões de gênero em todas as suas formas.
Nossa Procuradoria Especial estará recebendo e encaminhado as denúncias de violência e de discriminação – que também é uma forma de agressão carregada de ódio, com objetivo certeiro no emocional, na auto-estima.
A outra iniciativa pela qual venho lutando há muito, se dá no âmbito do meu Estado, Minas Gerais. Trata-se da criação do Centro Integrado de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar. A partir deste mês, minha querida Belo Horizonte vai abrigar o primeiro Centro de Atendimento, que contará com juízes- serão duas Varas Judiciais -, representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Delegacia de Mulheres, do Instituto Médico Legal, da Polícia Militar, além de um corpo multidisciplinar de apoio sócio-psicológico. Todos, imbuídos de um mesmo propósito: atender as vítimas e seus familiares.
Destaco aqui a importância desta iniciativa do Poder Judiciário, em parceria com o Governo de Minas, apresentado um dado da Secretaria de Estado da Defesa Social: no ano passado foram registradas 25 mil 692 ocorrências de violência contra a mulher só em Belo Horizonte. Estou falando de um dado oficial, onde a mulher foi até uma delegacia e prestou queixa após sofrer lesão corporal, maus tratos, estupro, e outros formas de agressão. E todos nós sabemos quão fragilizada é a mulher submetida diuturnamente à violência. Uma vulnerabilidade que, na maioria das vezes, a impede de prestar queixa, com medo de novas e mais drásticas agressões. Razão de as estimativas apontarem para dados ainda mais absurdos, talvez, o dobro do registrado oficialmente.
É diante disso que renovo aqui a importância das iniciativas desta Casa e do meu Estado. É o nosso marco de tolerância zero. É o nosso grito de basta!
Era o que eu queria dizer. Muito obrigada”
Da redação