Para BB, modelo de financiamento agrícola está “esgotado”
O Banco do Brasil, maior financiador do agronegócio do país, avalia que o atual modelo de financiamento das atividades rurais está “esgotado”, afirmou o vice-presidente de Agronegócio da instituição, Luis Carlos Guedes Pinto. Ele acrescentou que o gove
Publicado 09/06/2009 13:26
Existem discussões atualmente entre os setores público e privado para mudar o sistema. Mas, de acordo com integrantes do setor reunidos nesta segunda-feira na Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo, é improvável que as mudanças sejam feitas a tempo para estruturar a liberação de recursos para a próxima safra de grãos (2009/10). “É necessária uma reengenharia, é preciso incrementar os mecanismos de proteção de renda, os chamados mitigadores (seguro rural e proteção de risco ou “hedge”)”, declarou Guedes.
O dirigente do BB, ex-ministro da Agricultura, observou que, com as consecutivas renegociações de dívidas, o risco e as dificuldades para emprestar ao setor aumentaram significativamente nos últimos anos. Na carteira de financiamento agrícola do BB, por exemplo, as renegociações que representavam em 2003 cerca de 3% da carteira de empréstimos do banco agora chegam a 22,3%.
Com isso, o banco teve de aumentar em dez vezes a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD), para R$ 5,1 bilhões, de um saldo em carteira de R$ 63,5 bilhões.”E todo mundo sabe que provisão é prejuízo”, observou Guedes.
Segundo ele, o BB apenas continua atuando fortemente no setor, apesar de haver outros segmentos mais rentáveis, porque o agronegócio é importante para o desenvolvimento da economia do país. “Prorrogação é péssima, onera o Tesouro e dificulta o acesso ao crédito”, disse.
Plano Safra
Questionado sobre quando poderia ser implantado o novo modelo, o ex-ministro citou a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Kátia Abreu, que participa das negociações do novo modelo de crédito, para quem seriam necessárias pelo menos duas safras de transição até a implantação das mudanças.
O Ministério da Agricultura deve anunciar, ainda em junho, o Plano Safra 2009/10, cujos recursos para financiamentos devem ficar entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões. Para a próxima safra, segundo Guedes, o BB espera aumentar em cerca de 30% os empréstimos para o setor. Entre julho de 2008 e abril de 2009, o BB desembolsou para financiamentos do setor R$ 24,9 bilhões, crescimento de 29,5% ante o mesmo período anterior.
Com agências