244 demitidos? A solução é a mobilização
As demissões na Usiminas-Usina de Cubatão estão suspensas, atendendo à solicitação da Desembargadora Ivani Bramante do Tribunal Regional do Trabalho em audiência realizada na semana passada. Num primeiro momento a noticia dá a impressão que o drama rec
Publicado 13/06/2009 19:38
Na verdade estão suspensas futuras demissões, ou melhor, até o dia 5 de junho a empresa não vai demitir. Mas não vai readmitir que já foi desligado, aceitando discutir os casos de trabalhadores que tem problemas de saúde, que sofrem algum acidente do trabalho ou quem tem filhos com necessidades especiais. Como ficam os demais?
As demissões seguem os esquemas adotados pela classe patronal ao primeiro sinal de redução de seus lucros. E há informações que a siderúrgica efetivamente quer diminuir a faixa etária do seu efetivo. Os empregados acima de determinada idade tem sua carreira em risco, o que é uma verdadeira agressão ao bom senso.
Que fazer diante da situação? O ideal seria se houvesse a mobilização dos trabalhadores, não apenas dos demitidos. Mas isto não aconteceu até o momento. Outra medida seria a motivação para que os vários segmentos representativos da comunidade fossem motivados a participarem dos encaminhamentos. O que também não ocorreu.
E por fim, que nessa mobilização fossem discutidas propostas, como o uso do aço nos projetos habitacionais do governo. Por sinal, Usiminas, CSN e Gerdau têm projetos específicos para essa área — ou em obras como viadutos e pontes, na indústria naval, enfim, que haja a retomada da produção.
A prefeita Márcia Rosa, de Cubatão (SP), tomou a iniciativa de contatar prefeitos do Vale do Aço (MG). E posteriormente realizou uma reunião na sua cidade, com a presença de alguns parlamentares municipais, estaduais e federais, além de representantes da classe empresarial, inclusive da Usiminas. Discutiu-se uma ida a Brasília com o objetivo de pleitear algumas medidas do governo federal, como a fixação de taxas para a importação de aço bem como algum incentivo às siderúrgicas brasileiras.
Mas um ponto foi destacado — ou seja, que se garanta a volta dos trabalhadores demitidos. E mais: esse movimento tem de envolver também os trabalhadores das outras siderúrgicas onde também estão ocorrendo demissões.
O ideal é que se faça de imediato uma reunião com os sindicatos que representam os siderúrgicos, para uma ação conjunta. Como se pode depreender, é preciso discutir alternativas e sobretudo, que se criem condições de efetiva mobilização — sem a qual, pouca coisa vai ser conseguida.
* Uriel Villas Boas é membro da Comissão Nacional dos Metalúrgicos da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)