Despesas crescem em SP: a esquizofrenia da candidatura Serra
Em nota para seu blog, o jornalista Luis Nassif acusa “uma pequena amostra da esquizofrenia da candidatura José Serra, depois que tornou os ultraneoliberais seus aliados preferenciais”. Confira.
Publicado 13/06/2009 19:26
O aumento de despesas em São Paulo
Por Luis Nassif, em seu blog
Só para entender a lógica dos cortes no orçamento de São Paulo:
1. Houve queda da receita, de 1,6%. Mesmo assim, haverá aumento do funcionalismo.
2. Para compensar, o governo estadual cortará R$ 605 milhões de diversos programas (programas sociais, Poupatempo) para destinar aos salários de servidores.
3. Havia uma previsão de gasto adicional de R$ 400 milhões para salários da Polícia Civil. No ano passado, em vez de negociar com a Polícia, José Serra deixou partir para o pau. Colocou a Polícia Militar em cima, provocou o confronto inútil, para atender aos seus aliados que consideram greve caso de polícia. Uma semana depois, recuou na questão da aposentadoria (permitiu redução da idade de contribuição de 35 para 30 anos). E, agora, além dos R$ 400 mi acrescentou mais R$ 500 mi – R$ 900 mi no total – para recomposição dos salários. Em vez de um benefício, assinou uma rendição.
Nada contra, precisaria haver a recomposição. Apenas indago como seria o discurso do Estadão se esse aumento das despesas correntes, pela recomposição dos salários do funcionalismo, ocorresse no âmbito federal. Evidentemente a edição trataria cada caso com uma media diversa, apesar do diretor de conteúdo Ricardo Gandour considerar a edição um apêndice indissociável da liberdade de imprensa.
Do Globo do dia 8 passado:
Entrevista com Fernando Henrique Cardoso:
– Os gastos correntes do governo, especialmente com pessoal, são muito preocupantes, em um momento de retração fiscal. O governo precisa tomar medidas. Como não é possível mais se aumentar impostos no Brasil, é preciso conter gastos.
Uma pequena amostra da esquizofrenia da candidatura José Serra, depois que tornou os ultraneoliberais seus aliados preferenciais. Endureceu nas negociações, projetando a imagem de intransigente. Cedeu em tudo, depois que o pau comeu, mostrando que, quando confrontado, recua em todas as frentes.