Anistiados 44 camponeses torturados pela ditadura no Araguaia
Em um julgamento inédito, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira (18) que indenizará 44 camponeses que sofreram com a repressão da ditadura militar à guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. “Estamos fazendo aqui um re
Publicado 18/06/2009 20:05
As reparações financeiras serão de 80.352 reais a 142.941 reais à vista e mais dois salários mínimos por mês até o final da vida dos contemplados.
As anistias fazem parte de um total de 84 desses casos julgados pela comissão. Até o fim do ano, o colegiado pretende analisar outros 198 casos restantes referentes à guerrilha do Araguaia.
“Isso não é revanchismo, é afirmação da dignidade da pessoa humana”, acrescentou Tarso Genro, durante a cerimônia de anúncio dos resultados dos julgamentos na praça central da cidade do sul do Pará.
A Comissão de Anistia concluiu que essas 44 pessoas foram torturadas ou perderam suas terras e lavouras devido às operações militares que tentavam combater os guerrilheiros.
Formada PCdoB, a Guerrilha do Araguaia começou em 12 de abril de 1972, com um ataque do Exército. Prolongou-se até 1975, com três campanhas de aniquilamento das Forças Armadas, e é considerada o maior conflito militar envolvendo o Brasil desde a Campanha da FEB na Itália, em 1945. Para esmagar a guerrilha, a ditadura recorreu à prisão e tortura em massa de moradores locais, suspeitos de ajudar o movimento.
Com informações da Reuters