Salvador celebra o Dia da Mulher Negra
A conferência livre com o tema gênero, raça e segurança pública marca as comemorações pelo Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, o 25 de julho. O evento, que tem a finalidade de promover as mulheres negras, combater a violência, a discrim
Publicado 22/07/2009 21:40 | Editado 04/03/2020 16:20
Organizado pelo Fórum de Nacional de Mulheres Negras, seção Bahia, a conferência livre é apenas uma das atividades em celebração à data. Na quinta-feira (23/7) a seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil também realiza uma cerimônia, onde homenageia 12 mulheres negras que têm se destacado na comunidade brasileira. O evento está marcado para às 18h, na sede da OAB Bahia, na Piedade.
O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi instituído em 25 de julho de 1992, durante o Iº Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana.“O data foi escolhida para dar maior visibilidade à luta das mulheres negras que sofrem com a discriminação de raça e gênero. Segundo o IBGE, as negras formam a base da pirâmide social no Brasil. Ocupam os priores empregos e ganham os menores salários”, ressalta a coordenadora da Executiva Nacional do Fórum de Mulheres Negras, Ubiraci Matildes.
Na Bahia, a situação não é diferente. As negras e pardas representam 81,9 das mulheres da Região Metropolitana de Salvador. Na capital, a estimativa é de 43,5% das famílias sejam chefiadas por estas mulheres , que representam a inserção mais vulnerável no mercado de trabalho: recebem, invariavelmente, salários menores que os dos homens, sejam eles brancos, negros ou pardos, situação que se reflete perversamente nas suas famílias.
''Mais do que em outras cidades, em Salvador comemorar o 25 de julho é assumir o inteiro teor da luta anti-racista, unindo as lutas do povo negro às da plataforma feminista para transformar a mentalidade discriminatória, rumo a construção de um mundo onde a diversidade seja valorizada'' reafirma Ubiraci Matildes
Segundo Ubiraci, assim, a data marca a luta pelos direitos humanos das mulheres negras, três vezes oprimidas por causa da sua raça, do seu gênero e, finalmente, da sua classe social. O 25 de julho também é celebrado como uma oportunidade para discutir políticas públicas e proporcionar maior participação e cidadania às mulheres negras.
De Salvador,
Eliane Costa