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Chávez congela relação diplomática e comercial com Colômbia

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou, nesta terça-feira (28), a retirarada de seu embaixador na Colômbia, Gustavo Márquez, anunciando um novo congelamento nas relações com o país. As medidas são uma reação às acusações de que armas suecas co

''Alvado Uribe (presidente da Colômbia) ligou outra vez o ventilador'' de acusações ''irresponsáveis contra nossa pátria'', afirmou Chávez. ''Já basta, acabou, não vamos tolerar mais isto'' e, a partir de agora, ''congelamos as relações'', completou o governante.

Segundo ele, Uribe deveria investigar os fatos antes de fazer acusações ''irresponsáveis''. Além disso, indicou que é possível observar, por imagens divulgadas, que as Farc possuem armas norte-americanas, insarelenses e russas.

Chávez declarou que fará uma revisão completa das relações com o país vizinho e começará a substituir as importações que vêm da Colômbia. Para ele, as relações comerciais com os colombianos '' não são imprescindíveis '' para a Venezuela e o país poderá importar os produtos que necessita de outros países, como Brasil, Equador, Bolívia e da América Central.

Ele deu ordens para seu gabinete levantar um relatório com as estatísticas comerciais entre os dois países, já que pretende repensar o comércio bilateral. ''Que fique (em Bogotá) o funcionário do mais baixo nível (…); vamos congelar as relações e advirto: a próxima vez que houver uma agressão'' deste tipo, ''romperemos as relações'', completou Chávez, alertando que, nesse caso, poderá, inclusive, analisar a expropriação empresas colombianas em seu país.

Um pouco mais cedo, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolas Maduro, atribuiu à Colômbia a intenção de ''aumentar o tom'' e propiciar uma campanha de desestabilização na região.

A atitude de Chávez é conseqüência da acusação levantada no domingo (26) pelo governo colombiano. Uribe disse que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estavam de posse de lança-foguetes de longo alcance comprados pela Venezuela, em negociação com a Suécia. ''Isso não é algo novo, e acho que requer muito mais cuidado e uma vigilância extrema'', disse o vice-presidente colombiano, Francisco Santos à Caracol Radio.

Em resposta às acusações, o ministro do Interior venezuelano, Tarek el-Aissami, disse que a apreensão de tais armas com as Farc faz parte de um ''novo show midiático''.

Estranhamento antigo

A decisão da Venezuela de retirar seu embaixador também é  uma resposta ao fato de a Colômbia estar em processo de acordo para a instalação de pelo menos três bases norte-americanas em seu território. Na semana passada ele já havia anunciado que sua equipe deveria reavaliar a relação com o país vizinho.

“Se o governo da Colômbia não tem respeito pelos vizinhos, é por que não se importam com as relações com eles. Se decidiram abrir as relações para que os EUA instalem não se sabe quantas bases (…) esta é uma agressão. Estão demonstrando que seus vizinhos não valem um pepino. Isto é vergonhoso”, apontou, Chávez, ontem, sobre o acordo de cooperação militar entre EUA e Colômbia.

De acordo com o venezuelano, os Estados Unidos querem que a Colômbia “seja a Israel da América Latina” e, da mesma forma que o Estado judeu impede a unidade árabe, os colombianos bloqueiam a “união do mundo latino-americano”. Chávez concluiu: “A Colômbia é um braço do império”.

A tensão entre a Venezuela e a Colômbia não é um problema que surge de forma isolada agora. Ela atingiu seu clímax em março do ano passado, quando o continente esteve à beira de um grave conflito, após o ataque colombiano contra um acampamento das Farc em território do Equador.

As relações entre os dois países, que compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros, pareciam ter melhorado no início deste ano, depois que Chávez e Uribe reuniram-se para discutir questões de energia e comércio bilateral.

Embora Chávez tenha manifestado a possibilidade de cortar de vez o relacionamento com Colômbia, uma entrave a isso pode ser o fato de que o país governado por Uribe é o segundo maior exportador de alimentos para a Venezuela, depois dos Estados Unidos, com o comércio alcançando 7,4 bilhões bilhões em 2008.

Com agências