Diplomacia dos EUA expõe ambiguidade sobre Honduras
Na mesma semana em que o presidente hondurenho Manuel Zelaya pediu uma maior contundência à Casa Branca contra os golpistas, o Departamento de Estado deu um novo sinal de ambiguidade. Nesta quinta-feira, o porta-voz da pasta, Tobert Wood, se exasperou em uma coletiva de imprensa, tentando explicar a carta de um funcionário que vazou à imprensa e que afirmava que Washington apoiava a democracia hondurenha, não Zelaya.
Publicado 07/08/2009 18:22
A carta, que os meios hondurenhos adeptos do golpe reivindicaram como o 'giro' de Barack Obama contra Zelaya, havia sido escrita por um funcionário d emenor nível, o sceretário adjunto para assuntos legais Rochard Verma, como resposta a um pedido do senador republicano Richard Lugar.
O legislador de Indiana, especialista em temas militares, havia reclamado à pasta de Hillary Clinton que explicasse sua posição concreta frente à situação honurenha. A resposta foi uma das declarações mais débeis de Washington, desde que condenou a derrubada de Zelaya.
''Nossa política e estratégia de compromisso não está baseada no apoio a algum político ou indivíduo em particular. Mais que isso, está baseada na busca de uma solução que sirva da melhor maneira ao povo de Honduras e suas aspirações diplomáticas'', explicava a carta, fechada na terça-feira passada.
''Também reconhecemos – continuava – que a insistência do presidente Zelaya em tomar ações provocatórias contribuiu para a polarização da sociedade hondurenha e conduziu a um confronto que desencadeou os eventos que levaram à sua destituição''.
No mesmo documento, é dito que os Estados Unidos não consideram a possibilidade de decretar novas sanções econômicas contra Honduras. “Rejeitamos apelos para sanções econômicas e deixamos claro que todos os Estados deviam procurar facilitar uma solução sem apelos à violência e no respeito pelo princípio da não-intervenção.”
Ontem, Wood tentou explicar que os Estados Unidos não haviam mudado de postura em relação ao golpe. ''Não estamos falando de nossa postura em relação a Zelaya (…) Falamos de um golpe, porém explicamos que, legalmente, não podemos dizer que foi um golpe militar . Isso segue sob revisão'', assegurou.
As meias respostas do governo norte-americano e os cotidianos anúncios da OEA de envio a Honduras de uma missão de negociação que nunca termina de se formar frustraram as ilusões dos zelaistas, que acreditavam que já era tempo para uam condenação mais clara e contundente da Casa Branca.
A resistência, contudo, continua a pesar das bombas de gás lacrimogênico e balas do regime de fato, que já deixaram oito mortos e mais de uma centena de feridos e milhares de detidos. ''Obama, Obama, o povo de Honduras reclama'', gritaram mais de mil pessoas, onbtem, em frente à embaixada dos EUA de Tegucigalpa.
Esta semana, Zelaya havia conseguido o apoio do México, para aumentar a pressão contra os militares hondurenhos e o governo de fato e, tudo indica, deverá obter uma promessa similardo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 12, quando visitará o país.
Na quarta-feira, o chanceler Celso Amorim s ereuniu com o assessor de segurança de Obama, o general Jim Jones e teroa sugerido congelar as contas bancárias do presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti.
A maioria dos países latinoamericanos se pronunciou a favor de apertar o cerco contra os golpistas.Os EUA, porém, segue analizando a questão, como deixou claro o porta-voz do Departamento de Estado.
Washington suspendeu US$ 16,5 milhões em convênio de cooperação militar e cancelou quatro vistos diplomáticos de funcionários do governo de fato, entre eles do juiz que ordenou a detenção de Zelaya caso ele voltasse ao país, e o do presidente do Congresso, que substituiu Micheletti quando este foi nomeado presidnete de fato.
Esta semana, meios de comunicação do país centroamericano ecoaram o rumor de que outros oito funcionários haviam perdido o privilégio de viajar aos Estados Unidos. Mas ninguém confirmou.
Nos últimos dias, tudo que é dito sobre Honduras está permeadod e rumores, versões diversas, desmentidos e esclarecimentos. Uma fonte da embaixada hondurenha que participa das negociações na capital norteamericana afirmou que a carta do senador republicano respondia mais a uma luta interna que a uma questão com os golpistas.
''O governo Obama tenta conseguir o apoio dos republicanos para a designação de Arturo Valenzuela como subsecretário para Amperica Latina e permitir que Tom Shannon parta para o Brasil como embaixador'', disse a fonte. Hoje acontecerá a última sessão do Senado antes do recesso de verão e a última possibilidade de Obama conseguir a aprovação de seus indicados antes do próximo período legislativo, em setembro.
Com Página 12