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Incentivo à economia deve ser monitorado, diz Copom

Os estímulos à atividade econômica por meio da ampliação de gastos do governo, de incentivos tributários e de reduções da taxa Selic, devem ser “cuidadosamente monitorados” e serão avaliados nas decisões futuras do Copom. A avaliação consta da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), divulgada nesta quinta-feira.

Os efeitos das reduções da taxa de juros básicos (Selic) sobre a atividade econômica ainda não foram totalmente sentidos e “ficarão evidentes ao longo do tempo”. Segundo o documento, as últimas decisões sobre os juros básicos terão “impactos concentrados” nos meses finais de 2009 e, particularmente, em 2010.

Para o colegiado uma postura mais cautelosa contribuirá para reduzir o risco de “reversões abruptas” da política monetária (decisões sobre os juros básicos) no futuro. “O Copom avalia que a preservação de perspectivas inflacionárias benignas irá requerer que o comportamento do sistema financeiro e da economia sob um novo patamar de taxas de juros seja cuidadosamente monitorado ao longo do tempo”, diz o documento.

A ata também revela que alguns membros do Copom consideraram que havia “respaldo” para manter inalterada a taxa básica de juros. Entretanto, o colegiado chegou a consenso e reduziu os juros básicos em meio ponto percentual para 8,75% ao ano. A ata informa que os membros do Copom consideraram que as decisões sobre a taxa básica “têm que levar em conta a magnitude do movimento total realizado desde janeiro”. Neste ano, os juros básicos foram reduzidos em cinco pontos percentuais.

De acordo com o a ata, as expectativas para a inflação em 2009, 2010 e 2011 continuam em patamar consistente com a trajetória de metas. O centro da meta de inflação é de 4,5% para esses três anos, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Além disso, desaceleração da economia global tem gerado pressões para baixo sobre os preços industriais no atacado.

Consumo

“Nesse ambiente, a política monetária pôde ser flexibilizada de maneira expressiva desde janeiro, sem por em risco a convergência da inflação para a trajetória de metas”, afirma a ata. O Copom também considera que a demanda por produtos e serviços no país, depois de “longo período de expansão”, agora exerce “influência contracionista sobre a atividade econômica, a despeito da persistência de fatores de estímulo, como o crescimento da renda”.

Segundo o Copom, a melhoria nas perspectivas para a evolução da atividade econômica é observada principalmente no que se refere ao consumo, ainda que os dados sobre a indústria continuem a refletir “a acomodação da demanda externa e do investimento”. O Comitê destaca que os sinais de recuperação do crédito “se acumulam”, principalmente para as pessoas físicas (consumidores). O Copom também vê melhora na confiança de consumidores e empresários.

Na avaliação do Comitê, nas atuais circunstâncias o ritmo da retomada da atividade depende “de forma importante, da evolução da massa de rendimentos reais e dos efeitos dos aumentos das transferências governamentais (aposentadorias e pensões, Bolsa Família e outros benefícios) que ocorrerão neste ano”.

Com informações da Agência Brasil