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BNDES rebate crítica de Armínio sobre mercado de capitais

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, rebateu a crítica de que a instituição concentraria financiamentos no setor produtivo e poderia inibir o desenvolvimento do mercado de capitais. A crítica foi feita pelo ex-titular do Banco Central e atual presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, Armínio Fraga, durante solenidade de lançamento do novo plano diretor do mercado de capitais, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

''O BNDES nunca inibiu nem inibirá (o mercado de capitais). Ao contrário, o BNDES sempre foi, talvez, um dos principais fomentadores do desenvolvimento do mercado de capitais. A intenção nossa sempre será essa'', disse Coutinho. O presidente do BNDES afirmou ainda que o banco nunca almejou ser um elemento de substituição ou de ''amesquinhamento'' do mercado de capitais. Avaliou que essa era uma questão não relevante, que não correspondia à história da instituição.

De acordo com Coutinho, o banco pretende ser, no segundo semestre, um dos fatores de reativação do mercado de capitais, até para reduzir as pressões por recursos que a instituição vem sofrendo desde o pico da crise mundial, no final do ano passado. ''E nós estaremos aqui, até torcendo para que ele (mercado de capitais) volte de maneira pujante, porque ele aliviará um pouco as pressões muito fortes sobre o BNDES'', disse.

Armínio Fraga afirmou que o BNDES, à medida em que a crise internacional diminua seus efeitos, deve permitir que o mercado de capitais se desenvolva e se torne uma fonte de financiamento para as empresas privadas. Fraga disse ainda que o banco ''vai ter que, em algum momento, desmamar o mercado, sem prejuízo de continuar a fazer o que tem feito em áreas em que existem falhas de mercado ou problemas de coordenação''. Caso o banco continue emprestando dinheiro barato de longo prazo, o mercado de capitais não irá se desenvolver nunca, avaliou.

Plano diretor

O presidente do Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (Ibmec), João Paulo dos Reis Velloso, disse que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, terá papel fundamental na execução do novo plano diretor do mercado de capitais, que entrou em vigor na quinta-feira. ''A CVM continuará tendo um papel decisivo neste novo plano'', disse. O plano diretor do mercado de capitais estipula as metas para o setor pelos próximos cinco anos.

Segundo Velloso, o objetivo do Plano Diretor do Mercado de Capitais é garantir a sustentabilidade do mercado de ações no país. Ele disse que o mercado de ações nacional já recuperou a valorização perdida em função da crise internacional, que atingiu, no primeiro semestre, cerca de 50%. ''A preocupação é com a sustentablidade do mercado, porque o jogo não terminou. O juiz ainda não apitou o fim do jogo. E nós temos que continuar. Daí a importância do novo plano diretor'', observou.

Com agências