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China e Espanha manifestam interesse por trem-bala

Uma comitiva do Ministério das Ferrovias da China, liderada pelo diretor-geral Wu Wey, chega ao Brasil para demonstrar interesse na construção do trem de alta velocidade (TAV) e buscar informações sobre o processo de licitação, cujo edital é esperado pelo mercado para até o fim do ano, com possibilidade de a concorrência ocorrer em meados de 2010. Interesse da Espanha também merece atenção do governo.

Formada por oito integrantes, entre executivos, técnicos do ministério chinês e engenheiros, a delegação passará cinco dias no Brasil em visitas a representantes de governos estaduais e federais. A primeira reunião será no Rio de Janeiro, onde a comitiva tem encontro marcado com o secretário dos Transportes do Estado, Julio Lopes, e aguarda confirmação de encontro com o governador Sérgio Cabral.

Em Brasília, a agenda dos visitantes reserva compromissos com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e com o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. O diretor-presidente da Asian Trade Link (ATL), Marco Polo Moreira Leite, é o responsável pela ponte entre o empresariado chinês e o governo brasileiro. Segundo ele, os chineses vinham se mostrando relutantes em participar da licitação do trem-bala e esta ''mudança de postura é interessante por abrir novas possibilidades de financiamento'' ao projeto.

Conforme Leite, a vitória recente de um consórcio de estatais chinesas para trechos de trens e metrô no Rio de Janeiro aguçou o interesse do país asiático no Brasil, que também nutre expectativas de se aproximar de outros países da América do Sul. O empresário acrescentou que a China também venceu recentemente licitações na área de ferrovias na Argentina, no Paquistão, na Indonésia e no Irã.

Espanhóis

Empresários espanhóis também estão dispostos a fazer ofertas competitivas, de acordo com o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Alexandre Rosa. Ele afirmou que esteve em reunião de trabalho, semana passada, na embaixada da Espanha, da qual participaram o ministro espanhol de Assuntos Exteriores e de Cooperação, Miguel Angel Moratinos Cuyaubé, autoridades diplomáticas dos dois países e empresários hispânicos.

Segundo Alexandre Rosa, os empresários espanhóis estão dispostos a participar de todas as etapas do projeto de trem bala, e podem bancar desde os custos de produção e equipamentos ao financiamento e transferência de tecnologia. Ele acrescentou que o governo espanhol já demonstrou ''interesse em apoiar os consórcios de seu País nessa empreitada''.

Estimativas

O edital de licitação internacional da primeira linha ferroviária de alta velocidade na América Latina nem foi lançado ainda, mas já desperta interesse também de empresas japonesas e francesas, dispostas a participar do projeto, que ''é de extrema importância estratégica para o país'', de acordo com o secretário. Ele disse que com a implantação e plena operação do trem bala ''o Brasil poderá se tornar detentor de uma tecnologia de ponta que servirá de base para a produção material destinada a futuros projetos semelhantes, em outras regiões do país e do hemisfério''.

Não há definição, ainda, de quando a licitação será lançada, mas estimativas iniciais das obras — que incluem construção de linhas, aquisição de trens, desapropriações, medidas socioambientais e implantação dos sistemas necessários — apontam para a geração de cerca de 21 mil empregos diretos.

Com informações da Agência Brasil