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Brigada admite "erro" em ação que matou sem terra pelas costas 

Um inquérito policial militar foi aberto para investigar a morte do sem-terra Elton Brum, 44 anos, durante desocupação de uma fazenda, em São Gabriel (RS), na sexta-feira (21). Neste sábado (22), o comandante-geral da Brigada Militar (BM), João Carlos Trindade, informou que o subcomandante-geral da BM, que coordenou a ação, foi afastado. De acordo com o MST, Brum foi morto com um tiro de calibre 12 pelas costas.

Em entrevista coletiva, Trindade e o secretário de Segurança Pública, Edson Goularte, admitiram que houve erro na operação de reintegração de posse. As armas usadas pela polícia foram recolhidas.

Também neste sábado, houve um protesto no velório do agricultor morto. Cerca de 600 pessoas participaram de um ato religioso em frente a uma capela onde o corpo da vítima foi velado. Depois, seguiram em caminhada até o centro da cidade. O clima ficou tenso. O comércio fechou as portas e manifestantes discutiram com ruralistas.

Por meio de nota, a Brigada Militar lamentou ocorrido e o governo estadual informou que vai dar assistência à família da vítima.

No final da tarde de ontem, o MST divulgou duas fotos do corpo de Elton Brum com perfurações nas costas, comprovando que foi baleado por trás. O MST, em nota oficial, lamentou com pesar o ocorrido e responsabilizou o governo Yeda Crusius (PSDB), o Ministério Público do RS e a Justiça.

Não é a primeira vez que a Brigada Militar usa de truculência durante reintegrações de posse, aliás, a violência contra os movimentos sociais instaurada desde o início do Governo Yeda denota opção clara por tratar as questões sociais, como a Reforma Agrária, como caso de polícia.

Com agências

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