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Roubini: há possibilidade de a economia global voltar à recessão

Em um artigo publicado no jornal Financial Times, o economista Nouriel Roubini diz que as possibilidades de a economia global voltar a entrar em recessão estão a aumentar, devido aos planos para acabar com os programas de estímulo econômico. O economista diz que fatores como a subida do desemprego e os estragos no sistema financeiro não vão permitir uma retoma mais rápida.

“Existem riscos associados com as estratégias de saída das políticas massivas de estímulo monetário e econômico. Os responsáveis irão ter graves problemas, independentemente das decisões que tomem”, avisa Roubini. Para o economista, os governos e os bancos centrais irão colocar a retoma em risco caso aumentem os impostos, cortem as despesas e reduzam a liquidez nos sistemas financeiros para equilibrar os déficits orçamentais.

Mas caso estas medidas não sejam tomadas, os grandes déficits que estão a ser incorridos pelos Estados, em particular nos EUA e no Reino Unido, irão levar a que estas nações sejam fortemente punidas nos mercados obrigacionistas, já que as expectativas de inflação e os juros que estas nações terão que pagar pela sua dívida irão subir fortemente, o que levará a uma situação de recessão e inflação, alerta.

Roubini calcula que, com os atuais pacotes de estímulo econômico, a economia global irá "bater no fundo" no segundo semestre do ano, embora esta não deva estar "formalmente terminada" nos EUA e no Reino Unido antes do fim do ano, enquanto a recuperação já terá começado em países como a China, Alemanha, França, Austrália e Japão.

Estímulo econômico

Neste cenário, a economia mundial registraria uma evolução em "W", ou seja, depois de uma breve retoma, que hoje se começa a verificar, voltaria a entrar num período recessivo. Roubini, no entanto, continua a defender que o cenário mais provável é o de uma recuperação da economia lenta e que apenas se irá concretizar após um período de crescimento "anêmico e abaixo da média durante pelo menos um par de anos".

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) avisou no fim de semana que não irá reduzir tão cedo as suas medidas de estímulo econômico, por esperar que o futuro seja “muito incerto”. “Vemos alguns sinais de que a economia real está a sair do período de queda livre. Mas isto não significa que não temos um futuro muito incerto à nossa frente”, disse no sábado passado Jean-Claude Trichet, durante uma reunião dos banqueiros centrais em Jackson Hole, no Estado norte-americano do Wyoming.

Com agências