Nasce uma nova central sindical: a CTB-GO

A seguir opinião do secretário da CTB-GO e militante do PCdoB goiano sobre a fundação da nova Central Sindical em Goiás publicada no Diário da Manhã de 25 de agosto de 2009.

As transformações sociais, ao longo da história, foram movidas por reais confrontos políticos entre classes sociais dominantes e dominadas. Se o povo explorado se contentasse com a situação de hegemonia do explorador, ainda viveríamos em impérios escravistas. “A história da civilização humana tem sido, até hoje, a história da luta de classes”. Foi com essa frase que Marx e Engels descreveram a importância dos embates entre os grupos antagônicos.

Com o advento do capitalismo, a disputa passou a ser entre aqueles que detêm o poder econômico, grandes concentradores de renda, e os trabalhadores do campo e das cidades. Mega-empresários, latifundiários e banqueiros mantêm o domínio sobre a classe trabalhadora, subjugando-a e impondo sobre ela uma situação de miséria. Nada interessa a não ser o lucro e a concentração de bens materiais. O único direito concedido ao povo foi o de se manter vivo para ser explorado.

Ora, mas o que gera riqueza se não o trabalho? O que nos torna humanos, se não nossa capacidade de criação e produção? É o trabalho que identifica o homem como tal e promove o desenvolvimento da civilização. Portanto, a classe trabalhadora merece não só o ônus, mas também o bônus pelo estágio avançado em que se encontra nossa sociedade. Não é justo que aqueles que produzem o bem-estar social não tenham acesso a ele.

Para que os inegáveis direitos sejam conquistados, é necessário que o povo adquira engajamento classista e transformador. Só a consciência é capaz de pôr fim à exploração do homem pelo homem. Retomando Marx, é necessário que a classe trabalhadora se reconheça como tal, e se organize na luta contra o dominador que limita suas potencialidades.

A causa trabalhista deve ser guiada por princípios democráticos, que levarão à construção de uma nova sociedade. É imprescindível que os trabalhadores e trabalhadoras estejam unidos; afirmem sua independência e seu direito a lutar por dias melhores; sejam solidários e internacionalistas, éticos e anti-preconceituosos. Deve-se lutar pela emancipação das mulheres, dos negros e de todos os grupos sociais historicamente oprimidos. É preciso defender a educação, a cultura, o esporte, o lazer e todos os direitos humanos fundamentais, assim como o desenvolvimento econômico-social sustentável.

Um projeto tão amplo só pode ser conquistado com a superação do capitalismo e do neoliberalismo, com o fim domínio burguês. Para isso, é fundamental que nos mantenhamos firmes no ideal renovador, na luta diária pela edificação do socialismo. Dessa forma, já conquistamos a redução da jornada de trabalho, obtivemos férias, descanso semanal remunerado, 13º salário, aposentadoria e muitos outros benefícios. Os avanços devem continuar, para que cheguemos à verdadeira democracia.

“A CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil) nasceu animada pelo espírito desta luta classista que atravessa a história moderna, descrevendo uma epopéia de glórias, conquistas e avanços no sentido da humanização das relações sociais, libertação dos povos e combate ao colonialismo e neocolonialismo.”, diz o documento “Princípios e Objetivos da CTB”. É com esse ânimo e esse espírito de vanguarda que surge a CTB-GO, a mais nova sentinela em defesa dos trabalhadores goianos.

Paulo Victor Gomes é estudante de Jornalismo e Secretário Estadual de Combate ao Racismo da CTB-GO. (http://gazetasocial.blogspot.com).