Bloqueio das carteiras dos estudantes é estupidez

bloqueio de 23 mil carteiras estudantis que garantem o uso da meia passagem no transporte coletivo de Manaus caiu como uma bomba, no início desta semana, no colo dos pais de famílias que custeiam a educação de seus filhos. Para o movimento estudantil, trata-se de mais uma medida para prejudicar os estudantes e beneficiar os empresários do transporte coletivo da cidade.

Para a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), o anúncio do bloqueio das carteiras dos estudantes é conseqüência dos projetos aprovados na Câmara Municipal de Manaus (CMM). “Desde a redução da meia passagem dizíamos que o objetivo não era a melhoria do transporte coletivo e tão pouco o acesso à educação. E sim aumentar a lucratividade dos empresários e diminuir a quantidade de estudantes que tinham acesso ao benefício”, destaca o vice norte da entidade, Yann Evanovick.

O presidente da União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (UESAM), Natanael Gomes, pondera a falta de seriedade na administração do sistema. “Deveriam fazer um estudo para bloquear somente aqueles que já perderam o direito do uso da meia passagem”, diz.

“Isso é um tentativa clara da Prefeitura em penalizar os estudantes. Principalmente os de baixa renda, que têm dificuldade em se cadastrar no sistema pela falta de dinheiro em ir a uma lan house e até por não saberem manusear o computador”, afirma.

Seguindo a receita da resistência popular para conseguir avanços, as entidades estudantis chamam uma jornada de luta para pautar o transporte coletivo como um todo no próximo dia 17. A União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM) começa, a partir de amanhã, a realização de plenárias nas universidades a fim de levantar os problemas vividos cotidianamente dentro dos ônibus e mobilizar para a manifestação.

Yann justifica a amplitude da pauta de luta da jornada. “Escolhemos pautar o transporte todo porque não existe problemas apenas com a meia passagem. A integração temporal, que é outra conquista, não está disponível em várias linhas de ônibus”, pontuou, citando também a não-renovação da frota e o descumprimento de vários direitos trabalhistas em relação aos rodoviários.