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Há 70 anos, Hitler dava início à Segunda Guerra Mundial

Quando despontavam os primeiros raios de sol em 1º de setembro de 1939, exatamente na data prevista por Hitler em abril, soldados alemães ultrapassaram a fronteira polonesa, convergindo sobre Varsóvia pelo norte, sul e oeste. Estava desencadeada a “Operação Branco”, que deu início à Segunda Guerra Mundial.

Por Max Altman, para o site Opera Mundi

Aviões de combate rugiam em busca de seus objetivos, visando colunas do débil exército polonês, depósitos de munições, estradas de ferro, pontes. Poucos minutos se passaram e soldados e civis poloneses sentiram na carne a primeira demonstração do que seria esta guerra em que a força aérea distribuía a morte e a destruição em escala jamais vista.

Iniciou-se destarte um terror que se tornaria habitual para milhões de homens, mulheres e crianças na Europa, Ásia e África durante os seis anos que se seguiram e cujo espectro, com o advento da bomba atômica, iria assombrar a humanidade com a ameaça de extermínio total sob a barbárie nazi-fascista. A proclamação de Hitler à Wehrmacht anunciando o início das hostilidades foi transmitida pelo rádio às 5h40.

Tendo mentido tantas vezes no seu caminho e na consolidação do poder, Hitler não poderia deixar de bravejar diante do Reichstag algumas inverdades mais neste grave momento da História.

“Conheceis as inúmeras tentativas que fiz em busca de uma solução pacífica não só para o problema da Áustria, como também para os dois Sudetos, da Boêmia e da Moravia. Tudo foi em vão (…) o Estado polonês repeliu o acordo pacífico que era tão de meu desejo e apelou para as armas (…). Esta série de violações da fronteira, intolerável para uma grande potência, prova que a Polônia não quer mais respeitar as fronteiras do Reich (…). Desde as 5h45 da madrugada, estamos respondendo ao fogo, e de agora em diante, responderemos com bombas”.

Já passava do meio-dia, as colunas alemãs penetrando vários quilômetros e avançando rapidamente com suas Panzer Divisionen, e sequer uma palavra de Londres e Paris havia sido pronunciada a honrar a palavra anteriormente empenhada com a Polônia. Somente às 21h daquele dia, o embaixador britânico Neville Henderson e o embaixador francês Robert Coulondre foram recebidos "para um assunto de máxima urgência" pelo ministro do Exterior alemão, Joachim von Ribbentrop.

O funcionário britânico apresentou-lhe uma nota oficial do governo inglês: "(…) A não ser que o governo alemão esteja pronto para dar ao governo de Sua Majestade garantias satisfatórias de que suspendeu toda e qualquer ação agressiva contra a Polônia, e esteja disposto a retirar prontamente as suas tropas do território polonês, o governo de Sua Majestade honrará sem hesitação as suas obrigações para com a Polônia".

O comunicado francês era idêntico. Na noite de 1º de setembro, as tropas alemãs já tinham penetrado mais e mais em solo polonês. Diante da reação britânica e francesa, Hitler ficou sabendo que teria de enfrentar a realidade: estava começando uma conflagração mundial.