Movimento Social avalia proposta do governo para o pré-sal
Após a apresentação da proposta do governo para a exploração do petróleo na camada do pré-sal, os movimentos sociais, país à fora, avaliam as novas perspectivas que este fato pode trazer para a nação e traçam novas estratégias para a luta política, com a finalidade de elevar a soberania brasileira na exploração dos seus recursos.
Publicado 01/09/2009 23:01 | Editado 04/03/2020 16:12
As análises convergem para o entendimento de que o governo avançou no combate à lógica privatista ainda pautada pelos conservadores do DEM e do PSDB.
O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro/AM), Acácio Carneiro, que esteve presente na solenidade em que o presidente Lula apresentou o projeto que tramitará no Congresso Nacional, define a atitude do governo na ótica dos trabalhadores.
“Acreditamos que o projeto do governo traz consigo vários avanços, mas a campanha que o nosso sindicato realiza juntamente com a Federação Única dos Petroleiros é mais ousada. No nosso ponto de vista não dá mais para conviver com a Lei do Petróleo aprovada em 97, no governo FHC, que abriu 40% das ações da Petrobrás para o capital privado. Inclusive estrangeiro”, afirmou.
Os avanços dos quais o dirigente sindical se refere são relacionados, principalmente, ao regime de exploração do petróleo. O governo pretende sair de concessão e passar para o de partilha. “A nossa proposta é mais radical. Não admitimos partilha alguma”, destacou ele.
Apesar disso, Acácio chama atenção para os objetivos que o presidente Lula apresentou em seu discurso quanto à utilização dos recursos. “O Lula disse uma coisa muito importante, que inclusive está previsto no projeto apresentado ao Congresso Nacional. Que é a utilização dos recursos são para acabar com a pobreza no Brasil. E no nosso projeto apresentamos a cláusula de utilizar essa verba para se fazer investimentos sociais”, ressaltou.
As entidades representativas dos trabalhadores petroleiros coletavam, até então, assinaturas para corroborar a Emenda Popular visando ao retorno do monopólio estatal sobre o petróleo. Devido às dificuldades para conseguir a quantidade de assinaturas necessárias, o projeto foi apresentado na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Fernando Marroni (PT) e é assinado por mais 22 deputados, dentre eles Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) e Francisco Praciano (PT/AM).
A partir desta semana, a discussão do petróleo no Congresso Nacional será balizada por ambos os projetos. Sabendo da maior capilaridade do governo em arregimentar apoios, o movimento sindical deve ampliar as mobilizações para aumentar a correlação de forças em torno de sua opinião.
“Iremos nos articular com entidades de outros segmentos para impulsionar a luta e conscientizar o povo. Iremos, inclusive, propor para a categoria o aumento de mais 2% de recolhimento para o sindical com o intuito de financiar essas atividades”, destacou.
Acácio diz que o mais importante desse processe é o distanciamento criado com os objetivos da oposição. “É uma oposição do DEM e do PSDB que ainda está aí à frente dessa CPI na tentativa de sujar a empresa (Petrobrás) e com o objetivo nas eleições de 2010”, avalia.
De Manaus,
Anderson Bahia
Ouça a rádio Fronteira Vermelha http://www.vermelho.org.br/am/radioam.htm