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Unasul reforça soberania dos povos latino-americanos

Os integrantes da Unasul (União das Nações Sul-americanas) reiteraram, na última sexta (28), seu repúdio à "ingerência na soberania dos povos latino-americanos". O documento final de sua Cúpula Extraordinária, realizada na última semana em Bariloche, na Argentina, manifesta seu desejo de fortalecer a região como uma zona de paz. Medidas de fomento da confiança e a segurança deverão ser discutidas em setembro.

O texto rechaça contundentemente a presença ou ação de grupos armados à margem da lei e reafirmou que a autodeterminação dos povos é essencial para consolidar a integração regional.

"A presença de forças militares estrangeiras não pode, com seus meios e recursos vinculados e objetivos próprios, ameaçar a soberania e integridade de qualquer nação sul-americana e, em consequência, à paz da região", diz o texto.

Os ministros de Relações Exteriores e de Defesa dos países integrantes do organismo deverão se reunir em setembro para discutir medidas de fomento da confiança e da segurança. Tem que se respeitar os princípios de integridade, inviolabilidade territorial e não ingerência dos assuntos internos dos Estados.

As medidas devem incluir "mecanismos de implementação e garantia para todos os países aplicáveis aos acordos existentes com os países da região e extrarregionais". Também deverá tratar do "tráfico ilícito de armas ao narcotráfico e o território em conformidade à legislação de cada país".

A maioria dos presidentes ainda solicitou conhecer os termos do acordo de cooperação militar entre Colômbia e Estados Unidos para a implementação de sete bases militares estadunidenses no país latino-americano. Eles vão solicitar uma reunião com o presidente dos EUA, Barack Obama.

A Unasul pedirá ao Conselho Sul-Americano de Defesa que analise o documento intitulado de Estratégias Sul-Americanas. Livro Branco do Comando de Mobilidade Aérea (AMC) e que "verifique a situação em fronteiras que eleve um estudo resultante ao Conselho de Chefas e Chefes de Estados de Governo". O objetivo é considerar os cursos de ação a seguir.

Participaram da Cúpula Extraordinária da Unasul os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do Equador, Rafael Correa, da Argentina, Cristina Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, do Chile, Michelle Bachelet, do Paraguai, Fernando Lugo, e da Venezuela, Hugo Chávez.

Narcotráfico

Durante a Cúpula da Unasul, o presidente do Equador, Rafael Correa, propôs a criação do Conselho Sul-Americano de Luta contra o Narcotráfico. O objetivo seria adotar políticas regionais com relação ao tema da produção de drogas. Correa sustentou que a região sul-americana deve criar sua própria política anti-drogas.

A declaração final do evento pede ao conselho a elaboração urgente de seu estatuto e um plano de ação com o objeto de definir uma estratégia sul-americana de luta contra o narcotráfico. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, destacou que seu governo está disposto a "repelir a presença de grupos violentos ou redes terroristas".