Morales espera proposta oficial do Chile sobre saída para o mar

O presidente reiterou que a Bolívia “jamais irá renunciar” à exigência de ter uma saída soberana ao Oceano Pacífico, perdida para o Chile em uma guerra travada no século 19.

“A Bolívia espera uma proposta oficial do governo do Chile sobre a saída para o mar, para que se possa começar, com base nisso, a avançar nas negociações”, afirmou Morales.

Na última sexta-feira, o presidente se reuniu durante 40 minutos com a presidente chilena, Michelle Bachelet, à margem da cúpula de líderes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) realizada em Bariloche, no sudoeste argentino.

Atualmente, Bolívia e Chile mantêm relações diplomáticas rompidas e trabalham em uma agenda bilateral de 13 pontos para tentar retomar os vínculos, dentre os quais está a possibilidade de que a Bolívia recupere um acesso ao mar.

Outro ponto do documento diz respeito ao uso das águas do rio Silala.

A Bolívia afirma que tem o direito exclusivo sobre o manancial, e que o Chile deveria pagar pela utilização das águas.

Santiago, por seu lado, considera que o Silala é um rio de curso internacional, o que lhe dá o direito de usufruir suas águas gratuitamente.

“Pela primeira vez em 100 anos, o Chile reconheceu que as águas são da Bolívia”, afirmou Morales, ao comentar um pré-acordo bilateral.

Por meio do convênio, o Chile se comprometeria a pagar por metade do volume das águas que utiliza. Para Morales, trata-se de “um avanço”.

Ele ressalvou, porém, que “é impossível levar as águas até a Bolívia”, já que “não são de um rio, mas de vertentes [de um manancial] que nascem e se dirigem ao Chile por uma questão geográfica”.

Os diálogos entre Santiago e La Paz têm despertado a atenção do Peru, que já recorreu ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, para exigir o redesenho de seus limites marítimos também com o Chile.

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