Reencontro de uma geração em festa da Viração, dia 05, em Goiânia

O ano de 1984 foi um marco na história de estudantes que se uniram para reivindicar o direito ao passe estudantil nos ônibus em Goiânia. A luta começou no Campus II da Universidade Federal de Goiás, vários estudantes foram presos, mas logo a população apoiou e até entrou na manifestação dos pula-catracas, como ficou conhecido o movimento.

“O nosso objetivo era lutar contra a ditadura, por eleições diretas, pela redemocratização do País, em defesa da universidade gratuita, diminuição do valor das mensalidades das universidades pagas, por mais liberdade e em defesa da universidade pública”, explica o Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), militante estudantil da época e organizador da festa, Romualdo Pessoa.

Segundo Romualdo, a Viração foi um movimento de expressividade e manifestação do pensamento estudantil. “Foi uma época muito importante para nós. Definiu os caminhos de nossas vidas”. A atuação no movimento estudantil foi decisiva não só para os rumos do País, como também para a história pessoal de cada um que militou nele. Mesmo para quem trocou de partido e “mudou de lado”, a militância inseriu cada um na política, de forma a fazer com que esta se tornasse para sempre parte de suas vidas, completa o professor.

Nomes como Anselmo Pessoa Neto (pró-reitor de extensão e cultura da UFG), dos jornalistas, Deusmar Barreto e Euler Belém, dos políticos Fábio Tokarski, Luis Carlos Orro, Gilvane Felipe e Denise Carvalho, além de muitos outros fizeram parte dessa tendência do movimento estudantil na época.

A festa agora tem esse cárater mais amplo, de unir todas as pessoas de Viração e todas as pessoas que militaram no movimento estudantil na década de 1980”, explica o professor Romualdo Pessoa.

O destaque do evento deste ano é o fato de ser aberto a todas as forças políticas (da época) e não apenas à Viração, que foi base do PCdoB no período em que atuou. Segundo a organização, foram convidados trotsquistas, reformistas do PCB, entre outros.

Carlos Henrique da Silva, o Carlinhos contou que o reencontro começou assim: "em 2007, em contato com amigos que fizeram parte daquele momento, surgiu a idéia de fazer grande festa que reunisse parte expressiva dos que deram força ao movimento. Então em março daquele ano realizamos o primeiro encontro na AABB e foi um sucesso, participaram cerca de 300 pessoas”.

Sobre o saudosismo do reencontro, o professor Romualdo resume numa frase o lema da festa: “Amores do passado e política do presente estão fora da pauta do encontro”.

Mais informações sobre o evento com Carlinhos: (62) 9978-9836 ou Romualdo: (62) 9607-8459.

De Goiânia,

Eliz Brandão