Bombardeio mata pelo menos 90 pessoas no Afeganistão
Pelo menos 90 pessoas, a metade civis, morreram nesta sexta-feira (4) em um bombardeio das tropas de ocupação no norte do Afeganistão, informou o governador da província de Kunduz, Mohammad Umar.
Publicado 04/09/2009 17:21
Um porta-voz das tropas de ocupação do Afeganistãodisse às agências internacionais que "um grande número de insurgentes morreu num bombardeio contra um caminhão de gasolina". Segundo as informações do comando militar americano na região, guerrilheiros teriam "roubado um caminhão" e estavam distribuindo combustível a civis, o que seria uma justificativa para o ataque aéreo.
O bombardeio acontece na semana em que o chefe das tropas internacionais no país, o general Stanley McChrystal, tinha proposto recuar de estratégia no Afeganistão, já que a matança de civis estava produzindo uma subida no apoio popular aos guerrilheiros talibãs.
De acordo com testemunhas citadas pela agência afegã AIP, o bombardeio, registrado na área de Shna Tampa do distrito de Ali Abade, causou dezenas de mortos, com baixas entre a população civil, incluídos mulheres e crianças.
Segundo as testemunhas, habitantes da zona se aproximavam do caminhão para recolher parte do combustível quando aconteceu o bombardeio aéreo.
"Não vamos especular sobre o número de mortos. Estamos investigando as informações de civis assassinados no ataque. Tomamos essas reivindicações muito seriamente", desconversou o porta-voz da Isaf.
Conflito
A cada ano morrem milhares de pessoas no Afeganistão, vítimas da violência exercida pelas tropas de ocupação. As mortes de civis foram de fato um dos principais motivos de discórdia entre as tropas estrangeiras e o governo afegão, que as considera "inaceitáveis".
Segundo dados da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama), no primeiro semestre do ano morreram 1.013 civis no país vítimas do conflito, o que supõe um aumento de 24% respeito ao mesmo período do ano anterior.
No norte do país e até agora uma área relativamente calma, Kunduz tem vários bolsões de população pashtun, a etnia predominante entre os talibãs.
Com agências