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Pesquisa CNT-Sensus mostra Palocci em quarto lugar

O ex-ministro da Fazenda e deputado federal, Antonio Palocci (PT-SP), figura em quarto lugar nos dois cenários em que seu nome é testado pela primeira vez para a eleição presidencial de 2010, na pesquisa CNT-Sensus divulgada nesta terça-feira (8). Palocci obtém 7,0% dos votos quando o candidato do PSDB é José Serra e 8,5% quando é Aécio Neves. Com Palocci na disputa, os tucanos figuram em primeiro lugar, seguidos pela vereadora Heloísa Helena (Psol) e a senadora Marina Silva (PV).


Esta foi a primeira pesquisa eleitoral que submeteu aos eleitores o nome do ex-ministro, depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou, no dia 27 passado, a última de 21 denúncias que pesavam sobre Palocci – por quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Foi também a primeira edição da CNT-Sensus a incluir o nome da senadora Marina Silva, que acaba de sair do PT e deve concorrer a presidente pelo PV.

Além de Palocci, pesquisa testou Marina

A parte eleitoral desta 98ª edição da pesquisa CNT-Sensus testou oito cenários de primeiro turno para a Presidência. Os oito com Marina, único nome a figurar em todas as simulações. A inclusão de um novo nome impede as comparações com sondagens anteriores. A presidenciável verde oscila entre 4,8% das intenções de voto (contra José Serra, do PSDB, Dilma Rousseff, pelo PT, e Heloísa Helena, do Psol) e 11,2% (apenas contra Dilma e o tucano Aécio Neves).

Dilma Rousseff aparece em segundo lugar no cenário em que concorre com José Serra (19,0% contra 39,5% do tucano). Vence (por 23,3% a 16,8%) quando enfrenta Aécio Neves como candidato do PSDB.

A CNT-Sensus só incluiu o nome do deputado Ciro Comes (PSB-CE) em cenários de primeiro turno onde não está presente nenhum nome do PT – o que impediu que se testasse a teoria de Ciro, sobre uma "terceira via" aumentando o cacife da base do governo com vistas ao segundo turno. Nos cenários onde o deputado do PSB é citado, fica em terceiro lugar, com 10,7% ou 12,0%. A primeira colocação é de Serra (40,5%) ou Aécio (17,6%) e a segunda de Heloísa Helena (10,7% e 16,1%).

2º turno: Serra estável, Dilma perde 3,7 pontos

As simulações de segundo turno, que permitem a comparação com a edição anterior, mostram oscilação negativa da candidata de Lula, embora dentro da margem de erro da pesquisa, de 3 pontos, para mais ou para menos. Contra Serra, que se manteve estacionário (49,7% em maio, 49,9% em setembro), Dilma perde 3,7 pontos (28,7% em maio, 25,0% agora). É a primeira vez que a CNT-Sensus aponta oscilação negativa da intenção de voto em Dilma Rousseff.

Em um segundo turno contra Aécio, Dilma também oscila 3,6 pontos para baixo, embora continue vencendo, por 35,8% a 26,0% (em maio eram 39,4% e 25,9%).

Ciro também venceria um segundo turno contra Aécio, por 30,1% a 24%. Já num confronto final com Palocci, Aécio venceria por 31,4% a 17,5%, segundo a CNT-Sensus.

A pequisa mostra que José Serra é o presidenciável mais conhecido – apenas 5,2% dos entrevistados declararam não conhecê-lo. Em segundo lugar vem Ciro (13,2%), em terceiro Heloísa (16,6%) e em quarto Dilma (17,1%). Palocci (29,6%), Aécio (30,2%) e Marina (33,3%) são os menos conhecidos.

No quesito rejeição (em quem o entrevistado "não votaria de jeito nenhum"), inverte-se a ordem. Palocci tem a maior rejeição (45,8%), seguido por Heloísa (43,0%), Ciro (39,9%) e Marina (39,0%). Dilma tem rejeição de 37,6%. Serra (29,1%) e Aécio (26,3%) são os presidenciáveis com menor rejeição segundo a CNT-Sensus.

Para 59%, Brasil 'sai fortalecido' da crise

As avaliações de que o Brasil "está saindo da crise econômica e financeira" passaram de 35,9% em maio para 52,0% em setembro, enquanto as afirmações de que "continua na crise" recuaram de 55,3% para 40,7%. Indagados sobre "como o Brasil vai sair desta crise", 59,4% responderam que o país "vai sair fortalecido" (em maio eram 55,9%) e 15,6% que "vai sair enfraquecido" (em maio eram 19,7%).

A avaliação dos entrevistados mostrou-se mais negativa em relação à saúde: 49,4% acham que piorou nos últimos seis meses e 23,4% que melhorou. Já as percepções sobre emprego, renda e educação mostraram-se mais positivas. Na área da segurança pública, a avaliação permanece negativa, porém atenuada em relação à edição anterior da pesquisa, em maio.

Já na pergunta que mede a expectativa para os próximos seis meses, todas as cinco perguntas tiveram resposta predominantemente positiva. O emprego vai melhorar para 19,6% e piorar para 12,4% (em maio, 56,4% a 16,5%). Mesmo na segurança pública, 48,2% avaliam que vai melhorar e 19,1% que vai piorar (em maio, 47,6% e 23,0%).

Serra tem menos votos no Sudeste

Os cruzamentos da pesquisa por renda, escolaridade, sexo e local de votação repetem o padrão conhecido. Dilma tem seu melhor desempenho no Nordeste, de 23,8% a 30,2%, acompanhando a imagem mais positiva do governo Lula nesta região, seguida pelas regiões Norte-Centro Oeste, Sul e por último o Sudeste.

A peculiaridade mostrada pela CNT-Sensus é que o governador José Serra também tem o seu pior desempenho na região Sudeste. Ele alcança ali 36,7% das intenções de voto, menos ainda que no Nordeste, onde tem 38,2%. O melhor desempenho de Serra é no Sul: 48,3% (os números são do primeiro cenário do primeiro turno, mas a tendência se repete nas outras hipóteses testadas).

O desempenho mais fraco de Serra no Sudeste não chega a favorecer outros candidatos. Eleva porém as respostas "Nenhum, branco, nulo" e "Não sei": estas chegam a 34,7% no Sudeste, contra 23,4% no Nordeste, 21,3% no Sul e 17,6% no Norte-Centro Oeste (dados do primeiro cenário).

Já Aécio Neves, ao contrário, tem seu melhor desempenho na região Sudeste: chega alí a 21,4%, mais que os 18,9% obtidos no Sul, os 14,2% do Norte e os 9.9% no Nordeste (dados do segundo cenário). Os relatórios não permitem distinguir como se comportam os dois tucanos em São Paulo, base de Serra, e em Minas Gerais, bastião de Aécio, que são os maiores colégios eleitorais do país e compõem a Região Sudeste.

Avaliação negativa do governo sobe 1,4 ponto

A avaliação do governo Lula oscilou negativamente dentro da margem de erro. As respostas "ótimo" foram 24,5% (25,5% em maio); "bom" 40,9% (44,3%); "regular" 26,6% (23,9%); "ruim" 3,4% (2,2%); "péssimo 3,8% (3,6%); não souberam ou não quiseram responder 1,0% (0,6%).

No total, as avaliações positivas somaram 65,4%, perdendo 4,4 pontos em relação a maio. Enquanto as negativas chegaram a 7,2%, uma oscilação para mais de 1,4 ponto. Na série histórica de 22 edições da pescuisa CNT-Sensus sobre o governo Lula, esta foi a quinta mais positiva. Das três edições realizadas este ano, foi a segunda, abaixo da de maio, porém acima da de março.

O desempenho do presidente Lula também recuou dentro da margem de erro. A pessoa do presidente foi aprovada por 76,8% (81,5% em maio) e reprovada por 4,6% (2,9% em maio).

O Instituto Sensus entrevistou 2 mil eleitores em 136 municípios e sua pesquisa tem uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. As entrevistas foram coletadas entre 31 de agosto e 4 de setembro. A pesquisa, encomendada ao Sensus pela CNT (Confederação Nacional do Transporte, entidade patronal) está em sua 98ª edição.

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