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Alemanha reabilita "traidores" condenados por regime fascista

O Parlamento alemão aprovou por unanimidade na terça-feira (8) medida que reabilita todos os condenados pelo regime nazi-fascista como "traidores" ou "desertores".

O projeto de lei, apoiado pelos cinco partidos representados no Parlamento Federal alemão, marca o fim de décadas de esforços das vítimas e de suas famílias.

Os tribunais militares nazistas pronunciaram cerca de 30.000 condenações à morte por deserção ou traição em tempos de guerra, e por volta de 20.000 pessoas foram executadas, segundo os historiadores. Cerca de 100.000 pessoas foram condenadas à prisão.

A ministra da Justiça, Brigitte Zypries, disse que “ao reabilitar os chamados traidores de guerra, nós restauramos a honra e dignidade de um grupo há muito esquecido de vítimas da justiça nazista”.

“Ainda que todos tenham participado da resistência, foram vítimas" do nazi-fascismo, disse a ministra.

Em 2002, o Parlamento revogou todas as penas pronunciadas contra os desertores, mas não aquelas contra os "traidores".

Várias tentativas já haviam sido feitas para que o Parlamento adotasse uma legislação que anulasse essas condenações.

Os direitistas, dentre eles a atual chanceler Angela Merkel, defendiam uma "revisão caso por caso", em vez da adoção de uma anistia geral para determinar quais sentenças eram "legítimas".

Mas para os defensores de uma reabilitação plena, as leis militares eram, em alguns casos, tão imprecisas que estavam abertas a todas as interpretações.

Uma campanha também está em curso na Áustria para reabilitar os entre 1.200 e 1.400 austríacos condenados à morte pelos nazistas "por deserção" e conseguir aprovar a construção de um monumento de homenagem, como o inaugurado na terça-feira em Colônia (oeste da Alemanha).

Da redação, com informações do La Jornada e agências internacionais