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Mantega: G-20 oficializa proposta de regulação financeira

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que nações que compõe o G-20 (principais países com economia “em desenvolvimento”) irão oficializar propostas de regulação dos mercados financeiros e de reforma do Banco Mundial, em reunião com as economias desenvolvidas, dia 25, nos Estados Unidos. Mantega disse que, com a melhora da crise econômica, algumas instituições voltaram a especular como faziam antes da turbulência.

"Sabemos que os mercados financeiros não são muito favoráveis à regulação, mas (se não for feita, eles) correm o risco de voltar a fazer a bobagem que fizeram no passado. Temos notado que com uma certa normalidade (nas turbulências mundiais) algumas instituições voltaram a fazer a mesma ação especulativa do passado", afirmou o ministro, lembrando que as propostas do G-20 financeiro contemplam ainda a revisão dos bônus pagos a executivos de grandes bancos.

"Temos que rever a política de bônus que os bancos dão", disse Mantega, ratificando que, mesmo com sinais de que as economias começam a se recuperar da crise financeira, ainda não há espaço para a suspensão das políticas adotadas pelos países para alavancar seus mercados internos.

"Há uma melhora gradual (das economias), mas não é hora de os governos diminuírem os incentivos fiscais ou o gasto público. Essa posição ficou fechada entre o Bric (grupo de Brasil, Rússia, Índia e China)", disse o ministro da Fazenda.

Força

Mantega também confirmou que o G-20 irá propor a ampliação da participação dos emergentes em decisões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os países em desenvolvimento querem que sua participação seja ampliada em sete pontos percentuais. A estratégia, aprovada neste fim de semana, permitiria que o poder de voto dos emergentes no Fundo passasse de 40% para 47%, ao passo que a parcela de decisão oferecida aos países desenvolvidos cairia de 60% para 53%.

"Isso daria mais equilíbrio de votos. No G-20 a maioria é de países emergentes e todos têm um voto", afirmou o ministro após participar da reunião semanal de Coordenação Política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na avaliação do governo brasileiro, desde 1945, quando foi definida a participação de cada nação no FMI, a maior parte dos países europeus desenvolvidos na época perderam força, o que abriria espaço para a ampliação do poder daqueles “em desenvolvimento”. Embora não quisesse enumerar os que não têm mais a força política de 64 anos atrás, Mantega observou que na Europa apenas Alemanha, França e Grã-Bretanha mantiveram seu poderio.

Com agências