Golpe em Honduras: EUA suspendem visto de Micheletti
Os Estados Unidos suspenderam neste sábado (12) o visto de ingresso ao país do líder do governo golpista de Honduras, Roberto Micheletti, com o objetivo de aumentar a pressão para a restituição de Manuel Zelaya à presidência.
Publicado 12/09/2009 15:31
Washington cancelou também outros vistos, como o do chanceler Carlos López Contreras, o da vice-chanceler Martha Alvarado, e dos 15 magistrados da Suprema Corte, entre outras autoridades. A medida também afeta um grupo de deputados e empresários, disse a parlamentar Marcia Villeda, uma colaboradora de Micheletti, em entrevista à Reuters.
"Recebemos cartas do consulado dos Estados Unidos em Honduras dizendo que, pelas situações ocorridas em 28 de junho, suspenderam os vistos. Consequentemente, já não temos nem o visto diplomático, nem o visto de turismo", afirmou Micheletti ao receber a notícia, quando estava na cidade de San Pedro Sula, região norte do país, em declarações à emissora local HRN.
Ele informou também que as autoridades norte-americanas lhe enviaram uma carta, "não como presidente de Honduras", mas como presidente do Parlamento, cargo que ocupava quando Manuel Zelaya foi tirado do poder por um golpe de Estado em 28 de junho.
Apesar dessa decisão dos Estados Unidos, principal parceiro comercial, Micheletti continua afirmando que não cederá às pressões e alega que não houve um golpe, mas sim uma “sucessão constitucional”. Os Estados Unidos já havia suspendido a emissão de vistos a não imigrantes em Honduras e uma ajuda de cerca de US$ 30 milhões.
"Estou tranquilo, porque já esperava essa decisão, e aceito-a com dignidade, altura e sem qualquer rancor ou moléstia em relação aos Estados Unidos, porque é o direito que tem este país, por ser tão grande e poderoso", sustentou o presidente golpista.
"Não vamos dar um passo atrás. Os hondurenhos têm dignidade. Portanto, aceito essa situação, respeito a decisão do governo norte-americano de suspender o visto", disse Micheletti
Diante da pressão política, da suspensão de acordos e de ajuda econômica, membros das principais organizações empresariais pedem para que “os contratos não sejam afetados por problemas de ordem política para não prejudicar o povo hondurenho”.
Da Redação,
Com agências