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Marina faz elogio indireto a FHC no El País

O diário espanhol El País, ao publicar neste domingo (13) entrevista com a senadora Marina Silva (PV-AC), confirma a versão de que a virtual candidata presidencial tem mais impacto na Europa e América do Norte que no Brasil. O jornal diz que sua entrada no PV "causou um terremoto político". Mas observa que a entrevistada "se esforça para não lançar nenhum ataque a Lula".


Marina diz que o atual governo "reduziu os inaceitáveis índices de pobreza em 19%" e "conseguiu diminuir o desmatamento na Amazônia em 57%". Alega, porém, que deixou o Ministério porque "não sentia que teria o apoio necessário para manter as políticas de meio ambiente tal como foram concebidas".

A senadora volta a caracterizar-se como adepta do "sócio-ambientalismo", termo que diz ter sido "cunhado na Amazônia a partir da luta de Chico Mendes". Ela afirma que "esta visão de meio ambiente nunca foi interpretada em termos de conservar esta terra [a Amazônia] como um santuário inviolável". Admite, porém, que "assumir a economia sustentável como estratégia é algo complicado, que não existe ainda em nenhum lugar do mundo e que nenhum partido assume completamente".

Indagada se "culpa Lula pelo fracasso da política ambiental", a presidenciável verde diz que "não se trata de personalizar". Mas sobre a política econômica diz que "existe um reconhecimento de que nos últimos 16 anos o Brasil conseguiu o equilíbrio fixscal e a estabilização da moeda". Não diz, mas o jornal se encarrega de esclarecer, que a marcação "inicia com [o ex-presidente tucano] Fernando Henrique Cardoso e não com Lula".

"Creio que existe espaço para melhorar e que já não existe o perigo de que se destrua tudo que foi sendo construído nos últimos 16 anos", insiste Marina. Diz ainda, ao comentar a exploração do pré-sal, que "hoje é impossível pensar em fechar as portas ao capital estrangeiro", apenas com a ressalva de que "não pode ser" uma "flexibilização da legislação ambiental".

Indagada sobre quem apoiaria em "um hipotético segundo turno" em 2010 (o entrevistador se confunde e diz 2011), Marina diz que, "se me apresento, será com a aspiração de chegar a esse segundo turno". E diz que "queria fazer algo parecido com o que fez o PT há 20 anos".

Fonte: El País