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Londrina: conferência quer PCdoB de massas e ainda mais comunista

 Com a presença do prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), do secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho e do secretário estadual de Organização do PCdoB-PR, Joel Benin, foi realizada no último domingo (13), a Conferência Municipal como etapa do 12º Congresso. Com 45 delegados na plenária, a Conferência referendou as teses e aprovou adendos sobre os temas da reforma agrária e movimentos sociais. José Reinaldo Carvalho abordou aspectos do novo programa socialista.

“A presença do José Reinaldo foi muito especial, afinal foi a primeira vez em muitos anos que um dirigente do secretariado nacional participa de uma conferência em Londrina”, destacou o jornalista José Otávio, presidente do Comitê Municipal. O secretário estadual de Organização, Joel Benim falou sobre a tática política do PCdoB no Paraná para as eleições de 2010.

O prefeito Barbosa Neto (PDT), em seu discurso, saudou os militantes do PCdoB e falou da importância do Partido para o avanço das políticas públicas em Londrina, onde o PCdoB participa do governo municipal.

Além dos debates e da aprovação da tese, a plenária elegeu o novo Comitê Municipal para o biênio 2009/11, com 19 membros e os delegados, em número de oito titulares e três suplentes, para a Conferência Estadual do Paraná, marcada para os dias 3 e 4 de outubro.

Socialismo não é utopia

José Reinaldo Carvalho apresentou os documentos propostos à deliberação do coletivo pelo Comitê Central, especialmente o novo Programa Socialista. Ele ressaltou que o socialismo é o objetivo programático do PCdoB. “Não é uma utopia nem a proclamação de um ideal distante de justiça, progresso, liberdade e fraternidade, mas uma possibilidade real, um estágio civilizacional indispensável para a emancipação da humanidade”. Disse ainda o dirigente que o socialismo será fruto não de uma geração espontânea ou uma evolução natural da sociedade, mas resultado do agravamento das contradições econômicas e políticas, nacionais e sociais.
Ele analisou ainda a crise atual chamando a atenção para que ela evidencia os limites históricos do capitalismo, “um sistema historicamente superado”.

O representante da Direção Nacional ressaltou que ao reafirmar o objetivo estratégico do socialismo, o Partido o faz assimilando as lições históricas da construção do socialismo. Ele insistiu em que “não há modelo único de socialismo, que não há nem haverá passagem abrupta do capitalismo ao socialismo, sendo necessárias várias etapas de transição, que a luta pelo socialismo exige a unidade do povo, o fortalecimento do Partido Comunista, políticas de alianças, trabalho de massas e árdua e complexa luta de classes”.

Para o secretário, a grande novidade que a proposta de novo Programa Socialista apresenta é “um caminho original, uma plataforma de abordagem, de aproximação, de transição, de acumulação de forças voltada para a união, a conscientização e a mobilização das massas populares”. Esta plataforma, denominada Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, considera em seu conjunto as três vertentes principais da Revolução Brasileira: a luta nacional, a luta democrática e a luta social e popular.

A conjuntura nacional também foi abordada pelo representante do Comitê Central. Ele ressaltou que a principal tarefa tática do PCdoB na atualidade é criar as condições para dar continuidade ao ciclo político aberto em 2002 com a eleição do presidente Lula.

Quanto à conjuntura internacional, José Reinaldo declarou que o Partido deve reforçar a luta antiimperialista, condição indispensável para alterar a correlação de forças. Defendeu em particular a consolidação do processo democrático, popular e antiimperialista na América Latina e a luta contra a ingerência militarista dos Estados Unidos. Ele conclamou à luta contra as bases militares estadunidenses na Colômbia e contra a Quarta Frota da Marinha de Guerra dos EUA.

José Reinaldo falou também sobre a necessidade de fortalecer o PCdoB como partido comunista de massas, que valoriza a militância, promove e educa os quadros e cultiva a ideologia marxista-leninista. Reinaldo disse que o Partido “está vivendo um momento fecundo e reunindo condições para se transformar numa poderosa força política no país”.

Debate

Após a apresentação das teses, Joel Benin, secretário de organização do Comitê Estadual do Paraná, reforçou a ideia de se construir um Partido forte e de massas. Nilson Moreira, do Comitê Municipal, disse que o 12º Congresso reafirmará os princípios partidários e ao mesmo tempo procederá à renovação organizativa do Partido. Cesar Bueno, professor-doutor de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Londrina, disse que o PCdoB será cada vez mais comunista.

Joel Tadeu, líder dos movimentos comunitários e da CONAM na região deteve-se na análise dos movimentos sociais e pediu mais ênfase para esta frente de combate nas teses congressuais. Altair Ferraz debateu sobre as ligações entre o esporte e os movimentos sociais. Alexandre Marçal e Maria da Glória abordaram a luta pela reforma agrária demonstrando a insuficiência da formulação que propõe a reforma agrária apenas nos latifúndios improdutivos. Disseram também que não basta distribuir as terras, mas mudar o modelo agrícola do país baseado em grandes culturas para a exportação e assegurar políticas econômicas, financeiras, comerciais e sociais para impedir o êxodo rural. Roque Alves pediu mais atenção para o tema da educação e o economista e professor Sinival Pitaguari interveio sobre a unidade das esquerdas, a disputa pela hegemonia e opinou que o Partido precisa se fortalecer a partir da militância e das organizações de base. Finalmente, Roberto Murita, referindo ao caráter popular do PCdoB declarou que a base do Partido é o povo simples.

Da redação local