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CTB faz apelo e chama Conferência Nacional da Classe Trabalhadora

Marcado para os dias 24, 25 e 26 de setembro, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, o 2º Congresso da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) vai reunir delegações dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Com o lema “Unidade para enfrentar a Crise”, o encontro defenderá a realização de uma nova Conclat — Conferência Nacional da Classe Trabalhadora.

Um ato político na quinta-feira (24), às 19 horas, no auditório Celso Furtado, marca a abertura do Congresso. Está confirmada a presença do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do ministro Luiz Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, entre outros nomes importantes do cenário político nacional.

O presidente da CTB, Wagner Gomes, afirma que o objetivo do congresso será consolidar e ampliar a unidade construída pelas centrais sindicais em torno de bandeiras como a valorização do salário mínimo, redução da jornada, queda dos juros e dos spreads bancários, reforma agrária, entre outras. O encontro, segundo Wagner, discutirá um novo projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, e uma plataforma unificada da classe trabalhadora para 2010.

Para a coordenação do evento, a crise, decorrente das contradições inerentes ao sistema capitalista, põe em xeque o modelo de desenvolvimento neoliberal, que traduz os interesses do capital financeiro e a ordem imperialista fundada na hegemonia dos EUA. "É preciso que a classe trabalhadora tenha um maior protagonismo na definição dos rumos políticos da nação, de forma a viabilizar transformações sociais mais profundas, o que demanda mais e mais unidade. Nosso Congresso será uma contribuição neste sentido", afirma Wagner Gomes.

Segundo Wagner ele, "a nova Conclat será o desdobramento lógico e desejável de um processo de unificação das lutas da classe trabalhadora que já vem ocorrendo". E acrescenta: "Neste ano, realizamos manifestações unitárias no dia 30 de março em vários estados, levantando a bandeira de que os ricos devem pagar a crise; 30 de junho em Brasília (votação da PEC da Redução da Jornada na Comissão Especial da Câmara) e 14 de agosto, pelo emprego e pelas 40 horas semanais”.

Sobre os novos planos de luta, o presidente da CTB lembra: “Em dezembro, tradicionalmente, organizamos marchas unitárias da classe trabalhadora em Brasília. Creio que nosso principal desafio é conferir uma nova qualidade e dimensão à unidade do sindicalismo nacional. Esta é a razão da Conclat", explica Wagner Gomes.

O presidente da CTB adianta a agenda da central para este ano: "Priorizaremos as lutas pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, que está pronta para votação em plenário no Congresso Nacional; o fim do fator previdenciário; a reforma agrária; o fortalecimento da agricultura familiar; a valorização das aposentadorias e do salário mínimo; mudanças na política econômica, com redução substancial dos juros e do spread bancário, fim do superávit primário, controle do câmbio e do fluxo de capitais, taxação e restrição das remessas de lucros e dividendos. A luta é o alimento do sindicalismo classista".

A central

A CTB representa cerca de 600 sindicatos filiados, em variados setores de atividade econômica. É significativa a presença no meio rural, com a filiação de seis Federações de Trabalhadores Rurais (Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Na base de atuação, a Central tem mais de 6 milhões de trabalhadores.

Do ponto de vista legal, segundo a última publicação do Ministério do Trabalho e Emprego (que utiliza dados de dezembro de 2008), a CTB é a quarta maior central sindical do país. Seu índice de representatividade é de 6,12% — número bastante expressivo para uma central que ainda não completou dois anos sequer de existência.