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Ninguém tem juro alto impunemente

A procura por crédito no país recuou 4%, em agosto, sobre o mesmo mês do ano passado. Em relação a julho, o recuo ficou em 4,3%. De janeiro a agosto, a queda chega a 5,8%. Os dados constam do Indicador Serasa Experian de Demanda por Crédito, pesquisa da empresa de consultoria econômico-financeira Serasa Experian.

De acordo com a Serasa, o movimento reflete a dificuldade de micro e pequenas empresas de acesso a financiamentos e empréstimos. O levantamento mostra que a queda foi mais forte na demanda desse segmento: 4,5%. Nas médias empresas, o recuo somou 1,3%, enquanto nas grandes empresas houve aumento de 0,9%, em agosto e de 1,7% no acumulado do ano. As médias empresas reduziram em 4,7% a procura de recursos.

A maior baixa, em agosto, foi constatada na Região Centro-Oeste (9,2%) seguida pela Região Norte (7%). Esta última, no entanto, registra a menor queda (1,4%) quando se compara o desempenho dos oito meses do ano até agosto com igual período do ano passado.

Os técnicos da Serasa lembram que, no Norte, alguns setores foram beneficiados com isenções de tributos federais, como a produção industrial de eletrodomésticos e motocicletas. A Região Sul registrou a maior queda acumulada no ano (8,9%).

Levando com consideração apenas a variação mensal, a baixa na região foi de 1,4%, enquanto no Sudeste a procura por crédito caiu 4,3%. A Serasa prevê que a situação mude com a entrada em operação, este mês, do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI).

Criado pela Medida Provisória 464, em junho, o FGI promete facilitar o acesso ao crédito com aportes do Tesouro Nacional. Não se deve esquecer, porém, que o país mantém a desconfortável posição de detentor dos terceiros maiores juros reais do mundo.

A informação é do Monitor Mercantil