Governo forma cadastro nacional sobre crianças desaparecidas
O Ministério da Justiça e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos vão tornar disponível ao público, a partir de dezembro, o Cadastro Nacional de Jovens e Crianças Desaparecidas, que permitirá consolidar as informações hoje dispersas entre os órgãos de segurança, conselhos tutelares e organizações da sociedade civil.
Publicado 23/09/2009 16:19
Considerado ferramente essencial para o enfrentamento do problema, a criação do Cadastro é uma das principais preocupações da CPI da Criança e dos Jovens Desaparecidos, da Câmara dos Deputados, que ouviu ontem o Secretário-Executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Benedito Rodrigues dos Santos.
Também coordenador da Rede Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, Benedito informou que um embrião do futuro Cadastro já está disponível no site do Ministério da Justiça, no endereço http://www.desaparecidos.mj.gov.br/Desaparecidos. Mas reúne pouco mais de 1.200 nomes, enquanto apenas em São Paulo o número de menores desaparecidos é estimado em 40 mil.
“Até de carros roubados existe um cadastro nacional. Se um carro foi roubado no Rio Grande do Sul, a polícia do Amazonas tem conhecimento. Mas se uma criança desaparece em São Paulo, a polícia do Rio de Janeiro não fica sabendo”, constatou a presidente da CPI, deputada Bel Mesquita (PMDB-PA).
A grande dificuldade no sistema atual, segundo Benedito Rodrigues, é conseguir a adesão das unidades policiais estaduais e municipais, que devem, de forma espontânea, abastecer a lista do Ministério da Justiça com as ocorrências registradas nas suas delegacias.
“Elas alegam que não dispõem de gente nem equipamento para alimentar o site do Ministério da Justiça. As informações que recebemos, normalmente, são de delegacias especializadas, que ainda são poucas no país”, afirmou Benedito.
Fonte: Brasília Confidencial