Prefeitura de Aracaju acolhe mulheres vítimas de violência

A Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), mantém desde o ano de 2003 a Casa Abrigo Profª Núbia Marques. O espaço oferece proteção e auxílio a mulheres vítimas de agressões e sob ameaça de morte. Este ano, a Semasc já fez o acolhimento de 37 mulheres. Dessas, apenas três permanecem abrigadas.

As Casas Abrigo para a mulheres surgiram nos anos 80, a partir das reivindicações de movimentos de apoio ao público feminino, que lutavam pela criação de equipamentos que acolhessem mulheres vítimas de violência doméstica. Os protestos surtiram efeito e, atualmente, todos os estados possuem casas desse tipo.

"Apesar de a Casa Abrigo Núbia Marques ser um equipamento da Prefeitura de Aracaju, o espaço recebe mulheres de todo o Estado e também de outros lugares do Brasil", conta a coordenadora da casa, a assistente social Magna Mendonça. De acordo com ela, esse intercâmbio entre pessoas de lugares diferentes é positivo porque as vítimas se sentem ainda mais seguras. "Quanto mais longe essas pessoas estiverem de seus agressores, mais tranqüilas elas ficam", afirma.

Ainda para garantir a segurança das mulheres assistidas, o endereço da Núbia Marques, assim como o das outras casas abrigo Brasil, é mantido sob sigilo. Cada mulher pode ser abrigada com todos os filhos menores de 18 anos por até três meses. O processo para dar entrada na casa é simples.

"Depois de ter passado por maus tratos, as vítimas resolvem procurar uma delegacia. Lá realizam uma queixa contra o agressor, embasadas na Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Na delegacia, as mulheres são orientadas a procurar o Creas São João de Deus, que é a ‘porta de entrada' para a Casa Núbia Marques. Lá elas são acolhidas pelos técnicos e encaminhadas para o abrigo", explica Magna Mendonça.

Rotina

Na Casa Abrigo Núbia Marques são realizadas diversas atividades para que a mulher se sinta em sua própria casa. "É uma casa comum, onde a mulher toma conta dos filhos e faz serviços domésticos. Além disso, são realizadas oficinas, para que, quando saírem do abrigo, as mulheres utilizem o que aprenderam como fonte de renda", explica a coordenadora.

Além disso, mulheres vítimas de espancamento muito severo recebem cuidados especializados na própria Casa Abrigo. Médicos, psicólogicos e assistentes sociais estão sempre prontos para atendê-las. As vítimas contam ainda com o apoio de um assessor jurídico, que as representa na audiência para o divórcio.

Dependência

A dificuldade de sair da situação de violência, para muitas mulheres, reside na dependência financeira e na vergonha de se assumir vítima de agressão. De acordo com dados do Abrigo, embora a violência atinja todas as classes, a maioria das mulheres possui grau de escolaridade baixo, não tem emprego e mora de aluguel. Outro fator agravante é que 70% dos agressores são usuários de bebidas ou drogas ilícitas.