Conselho de Segurança acata pedido do Brasil e debate Honduras
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá nesta sexta-feira (25) em Nova York para discutir a crise política em Honduras gerada pelo golpe que depôs o presidente Manuel Zelaya, informaram porta-vozes da ONU. A reunião de emergência foi solicitada pela diplomacia brasileira, que abriga Zelaya na sua embaixada em Tegucigalpa.
Publicado 24/09/2009 20:15
Os Estados Unidos exercem atualmente a presidência rotativa do Conselho e portanto têm a incumbência de convocar reuniões de emergência. "Como presidente do Conselho de Segurança, recebi uma carta do Brasil solicitando que o Conselho examine a situação em Honduras. Fizemos circular a carta entre outros membros do Conselho e este vai submeter o tema a consulta", dissera antes a diplomata americana Susan Rice.
Entretanto, diplomatas da ONU que não tiveram seus nomes revelados, adiantaram que a reunião será realizada, nesta sexta-feira, às 11 horas da manhã (hora de Nova York).
Zelaya foi deposto em um golpe em 28 de junho, sequestrado e enviado para fora do país num avião militar. Na segunda-feira, ele retornou secretamente à capital de seu país, Tegucigalpa, e se refugiou na embaixada brasileira. O regime golpista cercou a missão diplomática com tropas policiais e militares e chegou a ameaçar invadi-la – o que violaria as leis internacionais, que dão direito de extra-territorialidade às representações diplomáticas.
Colocado no centro dos acontecimentos, o Brasil solicitou formalmente na terça-feira (24) uma reunião do Conselho de Segurança. Na carta aos membros do Conselho de Segurança, a representante permanente do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou que o governo está preocupado com "a segurança do presidente Zelaya e com a segurança e integridade física da embaixada brasileira e de seus funcionários".
O Conselho é formado por 15 países, sendo que China, EUA, França, Reino Unido e Rússia são membros permanentes, com direito a veto. É o órgão executivo e mais ágil da ONU, e quem decide sobre sanções a países ou o envio das tropas de "capacetes azuis" das Nações Unidas. A reunião pode exercer forte pressão suplementar sobre os golpistas, que nas últimas horas deram sinais de dificuldades em sustentar sua posição de intransigência.
Da redação, com agências