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China também quer "negócios do Brasil"

Com o Brasil na posição de "último peru com farofa em mesa de especulador", na definição do ex-ministro Delfim Netto, em relação aos juros astronômicos do país, até os chineses querem aproveitar os negócios do Brasil.

O poderoso Fundo Soberano da China (CIC, na sigla em inglês) manifestou interesse em comprar títulos da dívida doméstica brasileira. Em reunião, em Pequim, com representantes do Tesouro Nacional, as autoridades do CIC confirmaram o interesse em comprar títulos de longo prazo atrelados à inflação.

Com cerca de US$ 300 bilhões, o CIC começou a diversificar investimentos depois da crise financeira internacional, para fugir do "mico" do dólar, enquanto o Brasil aumentou sua exposição aos títulos do alquebrado Tesouro dos Estados Unidos.

A notícia, divulgada no início da manhã da véspera por agências internacionais, sinalizou para o mercado financeiro brasileiro que o banquete deve continuar. Já se espera nova corrida de especuladores estrangeiros para o país. Esse rali, no entanto, deve aumentar a pressão pela valorização do real frente ao dólar. "Foi um primeiro contato. É sinal muito positivo", informou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido.

Segundo Garrido, o contato com as autoridades do CIC foi feito pelo secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, que está em Pequim participando do Fórum de investimento China-América Latina.

No encontro, os representantes dos tesouros de países da América Latina têm reuniões reservadas com investidores da China, que aproveita para ampliar sua influência na região. Os fundos soberanos da Abu Dabi, Cingapura e Coréia do Sul já se beneficiam dos elevados juros brasileiros, investindo em títulos da dívida pública.

A informação é do Monitor Mercantil